
Foto: Arquivo
Redes usam inteligência artificial para fazer 200 mil chamadas por semana. Tentam levar vítimas a transferir dinheiro para contas supostamente seguras.
É uma campanha criminosa intensa, proveniente de redes criminosas internacionais que não hesitam em usar o nome da Polícia Judiciária (PJ) para burlar as vítimas. Através de chamadas telefónicas efetuadas de forma massiva devido à inteligência artificial (IA), os criminosos conseguem realizar até 200 mil contactos por semana, para tentar levar as pessoas a transferir o seu dinheiro para contas supostamente seguras. O fenómeno está a atingir proporções tais que só no último fim de semana, a PJ recebeu mais de uma centena de queixas.
As vítimas recebem uma chamada telefónica de um número português, que os criminosos conseguem usar, através da AI, sem que o verdadeiro titular esteja a par. Com essa técnica, chamada “Spoofing”, os criminosos credibilizam o esquema e, usando gravações, conseguem realizar milhares de chamadas, supostamente provenientes da PJ. Alegam que as contas bancárias dos contactados estão em risco e aconselham a falar com um inspetor, através de um clique.
“A chamada passa para uma pessoa real que se vai fazer passar por alguém da PJ”, explicou o coordenador José Ribeiro.
Acreditando estar a falar com um elemento da PJ, algumas das vítimas acabaram por transferir o saldo bancário para contas controladas pelos criminosos.
“A preocupação com estas técnicas é a forma massiva como as campanhas são difundidas e conseguem ter contacto direto com as vítimas, numa abordagem quase individualizada. Estão a desenvolver padrões individualizados de ataque e de burla, fazem análise de perfil e com recurso a inteligência artificial. Neste momento, desenvolvem técnicas direcionadas e este caso é assustador, porque vai trazer-nos dificuldades acrescidas”, frisou o coordenador.

