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Gémeas siamesas separadas com sucesso em cirurgia de seis horas

Gémeas siamesas separadas com sucesso Facebook /rchmelbourne

Uma vasta equipa médica na Austrália separou com sucesso duas gémeas siamesas do Butão e está otimista quando à recuperação das meninas, de 15 meses.

Nima e Dawa Pelden nasceram unidas pelo abdómen e pelo tórax, além de partilharem o fígado.

O cirurgião pediátrico Joe Crameri liderou a equipa multidisciplinar que realizou a separação das gémeas siamesas e indicou que as meninas reagiram "muito bem" às seis horas que o processo demorou, esta sexta-feira, no hospital pediátrico de Melbourne. No total participaram 25 clínicos, incluindo o pediatra do Butão que as acompanhou desde que nasceram. Dezoito especialistas dividiram-se em duas equipas, uma para cada menina.

Foi uma "alegria" informar a mãe, Bhumchu Zangmo, de que a intervenção tinha sido um sucesso. "Não há nada melhor em qualquer operação do que dizer aos pais que conseguimos tratar os filhos", acrescentou Joe Crameri, citado pela BBC.

Nima e Dawa nasceram a 13 de julho do ano passado por cesariana numa região remota do Himalaia do Butão e são as primeiras siamesas conhecidas neste pequeno país.

Foram transportadas para Melbourne no início de outubro mas a operação foi adiada até esta sexta-feira para que as crianças registassem melhores níveis de nutrição.

O fígado das meninas foi separado com sucesso. "Estávamos confiantes que iríamos conseguir", referiu Joe Crameri. "Mas não sabíamos o que iríamos encontrar". No entanto, "não havia nada nas barrigas das meninas para o qual não estivéssemos realmente preparados", garantiu.

"Vai haver desafios nos próximos 24 a 48 meses, como em qualquer cirurgia, mas sentimos que conseguimos um bom resultado", concluiu.

Os gémeos siameses são muito raros - ocorre um caso em 200 mil nascimentos e em cerca de 40% a 60% dos casos os bebés nascem mortos.

Nima e Dawa viajaram para a Austrália com o apoio da organização Children First Foundation. O custo da operação (cerca de 225 mil euros) foi suportado pelo Estado de Victoria.

JN