Sabrosa

Família que morreu intoxicada ia instalar eletricidade na casa amanhã

Casa tinha um telhado novo, que dificultou exaustão dos gases Rui Manuel Ferreira / Global Imagens

A Polícia Judiciária está a investigar as circunstâncias da morte de cinco pessoas, três adultos e duas crianças, em Fermentões, concelho de Sabrosa. Iam instalar eletricidade amanhã.

As vítimas são um casal, Maria Helena Vieira, de 44 anos e António José Vieira, 48 anos, e as duas filhas do casal, Beatriz e Catarina, de nove e 14 anos, respetivamente. Morreu ainda um irmão do homem, Carlos Vieira, de 54 anos. O casal trabalhava numa quinta do Douro.

A casa estava em obras e tem fracas condições. Segundo contou ao JN um vizinho, o casal ia instalar a eletricidade na terça-feira. Enquanto estavam na habitação, usavam um gerador para produzir energia elétrica e tinham ainda uma salamandra para aquecimento.

A má construção e as deficientes condições de ventilação dos gases tóxicos produzidos pelo gerador e pela salamandra terão contribuído para a tragédia.

No entanto, José Barros, comandante dos bombeiros de Sabrosa, afirmou aos jornalistas que "não há certezas quanto às causas das mortes", a qual será determinada pela autópsia aos corpos, a realizar esta segunda-feira, em Vila Real.

De acordo com informações recolhidas pelo JN, tudo indica que a família morreu de intoxicação com monóxido de carbono. É pelo menos esta a tese que a Polícia Judiciária de Vila Real está a privilegiar e que o INEM confirmou.

Na aldeia do concelho de Sabrosa, distrito de Vila Real, o ambiente é de consternação. O presidente da Câmara de Sabrosa, Domingos Carvas, disse que a situação "é dramática".

"É uma situação muito difícil. É uma desgraça para a família, para a povoação, para o município", referiu.

Domingos Carvas espera, no entanto, que a situação "sirva de alerta", quer tenha tido a ver com a ingestão de cogumelos, outra das hipóteses para a tragédia, ou a inalação de monóxido de carbono.

Num espaço da Junta de Freguesia está a ser prestado apoio psicológico, por parte do INEM e da câmara, a familiares e amigos das vítimas.

Redação