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Urgências dos hospitais privados atendem 1,2 milhões

Global Imagens/Arquivo

Número de atendimentos duplicou nos últimos dez anos

Os hospitais privados continuam a ganhar terreno, tendo, em 2017, de acordo com os dados esta manhã revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), realizado mais atendimentos em contexto de serviço de urgência, mais consultas, mais internamentos e mais cirurgias. Isto depois de, em 2016, terem ultrapassado o setor público em número de unidades hospitalares. Os privados respondem hoje por 114 hospitais, contra 111 que estão sob a esfera estatal. Apesar do crescimento, os hospitais públicos continuam a ser os principais produtores de serviços médicos.

Os dados do INE, publicados por ocasião do Dia Mundial da Saúde, que se comemora neste domingo, mostram que a produção aumentou mais nas unidades hospitalares privadas, "com mais 3,6% de cirurgias, 4% de internamentos, 4,5% de consultas de 7,1% de atos complementares de terapêutica". No que diz respeito aos atendimentos em serviço de urgência, os hospitais privados quase duplicaram o número de atendimentos, fechando 2017 com 1,2 milhões de urgências contra 665 mil em 2007. Já no público, registou-se uma quebra de 2% face ao ano anterior para um total de 6,4 milhões de atendimentos.

No que aos internamentos concerne, os hospitais públicos registaram uma quebra de 0,7%, para um total de 903 mil internamentos. Já os dias de internamento aumentaram 0,8% para os 7,5 milhões de dias. Feitas as contas, a "duração média do internamento foi de 8,3 dias. Já no privado os internamentos subira 4% em número e 0,4% em dias, numa duração média de 10,9 dias. A especialidade com um período de internamento mais longo, de acordo com as mesmas estatísticas, foi a Psiquiatria, numa duração de média de 71 dias. Os privados ganharam também quota em termos de consultas, tendo realizado mais 300 mil no ano passado, respondendo já por mais de um terço das consultas totais. O público, por sua vez, assegurou 12,9 milhões de consultas, mais 1% face a 2016.

Analisando os dados do INE referentes a cirurgias, constata-se um aumento mais expressivo nos hospitais privados (mais 0,3%), do que no setor público (mais 1,2%). Os hospitais públicos ou em parceira público-privada realizaram, no ano análise, 681 mil cirurgias, representando 72% do total de cirurgias realizadas no país em 2017. Desse total, 85,1% estavam programadas.

Do ponto de vista dos recursos humanos, aumentou em 3,4% o número de clínicos inscritos na Ordem dos Médicos, num total de 51.937 profissionais: são mais 14 mil face a 2007 e mais 24 mil face a 1991. Contas feitas, o número de médicos por mil habitantes foi de 5, contra 3,6 em 2007. O número de enfermeiros inscritos na Ordem aumentou, por sua vez, 3%, para um total de 71.578 profissionais (eram 54 mil há dez anos). O INE frisa que "o aumento do número de médicos e de enfermeiros foi mais expressivo nos hospitais, respetivamente 4,7% e 3,2%".

Joana Amorim