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Dia histórico para a Física: o dia em que podemos ver um buraco negro

Se esta não for a imagem de um buraco negro, toda a Física terá de ser repensada D. R.

Teoria da Relatividade de Albert Einstein, com 104 anos, pode ou não ser esta quarta-feira confirmada, quando cientistas revelarem, às 14 horas em Portugal, a primeira imagem de um buraco negro.

Washington, Bruxelas, Santiago do Chile, Xangai, Taipé e Tóquio serão palco, hoje, de conferências de imprensa simultâneas para a apresentação inédita, por parte de uma equipa internacional de cientistas, da imagem de um buraco negro. Será o culminar de sete anos de trabalho no projeto Event Horizon Telescope e poderá confirmar (ou não) a Teoria Geral da Relatividade de Albert Einstein.

O evento que excita astrofísicos, cientistas e comuns curiosos de todo o Mundo não é para menos. Um buraco negro é uma estrutura extremamente densa e rápida que absorve tudo o que lhe passar por perto - desde luz a estrelas como o nosso Sol - e pode estar na origem e no fim de tudo o que conhecemos no Universo. Por absorver toda a luz, é muito difícil serem visualizados, podendo ser distinguidos pelo anel de luz interrompida sempre que massa ou radiação rodopiam nas imediações.

Potentes telescópios localizados nos EUA, no México, no Chile, em Espanha e na Antártida, complementados por outros em França e na Gronelândia, foram utilizados para fotografar um buraco negro (denominado Sagitário A) que se situa no centro da nossa Via Láctea e tem a massa correspondente a quatro milhões do nosso Sol e outro mais longínquo e muito maior, com uma massa até seis mil milhões de vezes maior que o nosso Sol, na galáxia M87, a 54 milhões de anos-luz da Terra.

Einstein previu, em 1915, o tamanho e formato de um buraco negro, no âmbito da Teoria Geral da Relatividade que lhe conhecemos e que constitui a base da Física moderna. Se a imagem não corresponder ao previsto, toda a teoria que explica desde a gravidade a outras forças físicas que nos rodeiam poderá ter de ser revista.