O INEM anunciou, esta quinta-feira, que só iniciará em setembro o estágio em ambulâncias dos mais de 90 técnicos de emergência pré-hospitalar que entraram em 2017. A formação deveria ter durado meio ano. Os técnicos nada mais fazem que atender telefones.
Em reação à notícia avançada esta quinta-feira pelo JN, "INEM põe técnicos a atender telefones por falta de ambulâncias", o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) veio garantir que os mais de 90 técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH) poderão acalentar a possibilidade de vir a iniciar em setembro os estágios obrigatórios em veículos, que servem de conclusão da formação.
Os TEPH já deveriam ter acabado o seu curso, de 910 horas, até porque isso era uma exigência para entrarem na carreira. Mas dois anos após o concurso de admissão, os técnicos entraram diretamente para a carreira porque a demora já era muita em concluir a sua formação.
Além disso, apenas estão colocados no atendimento telefónico dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), porque dos vários módulos que deveriam ter com estágio agregado, o INEM apenas lhe permitiu realizar a formação acompanhada naquele serviço.
"Os estágios em ambulância escola terão previsivelmente início no mês de setembro deste ano", assegura o INEM, não se comprometendo com um prazo para a conclusão dos mesmos.
O Instituto garante também que o atendimento telefónico é "uma das atividades para as quais foram precisamente contratados e que faz parte das suas competências". Contudo, o que o JN revelou é que os mais de 90 TEPH nada mais fazem do que esta função, apesar de esta nova leva de elementos ter tido como objetivo aumentar o nível de capacidades dos cerca de 800 que já estavam no INEM há vários anos.
Fazia parte dos planos iniciais do concurso de 2017, a que concorreram mais de 1500 pessoas, poderem operar ambulâncias de emergência médica, as de Suporte Imediato de Vida (SIV), o transporte Inter-Hospitalar Pediátrico, os motociclos de emergência médica e as unidades móveis de intervenção psicológica de emergência. Como não fizeram os estágios necessários não podem mostrar outras competências previstas, como auxílio no controlo da dor, por exemplo.
O INEM garante que não tem falta de ambulâncias para formação, que são as mesmas usadas no serviço de emergência médica. Ainda que aponte que "estão precisamente a ser colocadas ao serviço vinte novas ambulâncias para a renovação das viaturas operadas diretamente pelo Instituto".
O Instituto explica ainda que as "condicionantes diversas" que se têm verificado ao nível da formação se devem a vários fatores, dos quais só elenca um: "a necessidade de ser dada e supervisionada por médicos com competência em Emergência Médica".
Refira-se que os 800 TEPH que já estavam no INEM aquando da entrada destes novos, à luz da legislação de 2016 que veio criar uma carreira do setor, só tiveram pouco mais de 200 horas de formação. Se quiserem ter as novas competências, que eram esperadas que os 90 TEPH trouxessem, terão de aguardar que este curso termine.