Praia da Vitória

"O andor voou". Veículo atinge procissão e faz dois mortos nos Açores

Veículo desgovernado atingiu participantes de procissão Arquivo Global Imagens

Um veículo desgovernado atingiu uma procissão numa localidade da Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores, causando dois mortos e 13 feridos, quatro graves.

Pelo menos duas pessoas morreram e 13 ficaram feridas depois de serem violentamente colhidas por uma carrinha quando participavam, esta terça-feira à noite, numa procissão de velas na freguesia de Quatro Ribeiras, concelho da Praia da Vitória, na ilha açoriana da Terceira.

Segundo dados revelados pelo Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, as vítimas deste acidente têm entre 16 e 84 anos. As duas vítimas mortais eram do sexo feminino e tinham 68 e 84 anos.

Nove feridos foram encaminhados para o Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira, em Angra do Heroísmo e quatro deram entrada no Centro de Saúde da Praia da Vitória. Entre os feridos contam-se oito do sexo feminino e cinco do sexo masculino.

"Estava um fim de dia belíssimo e acabou assim!", desabafou ao JN o pároco local, que presidia ao ato religioso em honra de Nossa Senhora de Fátima e escapou por pouco ao surpreendente abalroamento por um veículo comercial. "O senhor que ia a rezar a meu lado ficou ferido", disse o padre Carlos Cabral.

Eram cerca de 20.30 horas locais (mais uma em Portugal continental) e a procissão, na qual seguia, pela estrada nacional, menos de meia centena de fiéis da pequena freguesia (400 habitantes), estava prestes a chegar à igreja, onde iria ser celebrada missa às 21 horas.

De repente, uma carrinha desgovernada, cujo condutor teria sido encandeado pelo Sol ainda brilhante ("Foi o Sol que me cegou!", lamentava), atingiu os crentes que seguiam atrás do andor. "Duas senhoras morreram instantaneamente, eram feridos por todos os lados, o andor voou, a imagem de Nossa Senhora sofreu danos... foi tudo muito rápido!", contou o sacerdote, em testemunho telefónico ao JN.

Enquanto os meios de socorro transportavam as vítimas para os hospitais da Praia da Vitória e de Angra do Heroísmo, o condutor, de 32 anos e residente na freguesia, visivelmente chocado, permaneceu no local até ser levado pela GNR.

Como habitualmente, a procissão não estava acompanhada por nenhum dispositivo de ordem pública e segurança da GNR, porque "é pouca gente, é uma coisa pequenina", explicou o sacerdote.

Alfredo Maia