Medida acompanha aumento de entradas, 1,2 milhões em 2018. PSP defende câmaras em todo o recinto do certame de Viseu.
A Feira de S. Mateus, que arranca quinta-feira, vai estrear um sistema de videovigilância. A medida, com um custo de 5000 euros, é justificada com o aumento de entradas. "Nos últimos quatro anos passamos de 850 mil para 1,2 milhões de entradas. Em média, a feira é visitada diariamente por 38 mil pessoas", explica Jorge Sobrado, gestor da Viseu Marca e vereador da Cultura na Câmara de Viseu. "A videovigilância é motivada por recomendações de boas práticas e visa prevenir qualquer sobressalto", acrescenta.
Casas de banho ajudam
As câmaras, assinaladas, vão estar nas quatro portas de acesso, nas zonas do lixo e de armazenamento de material. "Os expositores ficam com mais segurança porque tudo estará vigiado 24 horas por dia", afirma Sobrado. As gravações das imagens, destruídas após 30 dias, só poderão ser visionadas por um agente da PSP.
Victor Rodrigues, comandante da Polícia, explica que, na edição passada, houve menos de 10 furtos, alguns a materiais de expositores e pequenos desacatos. Mesmo assim, defende a videovigilância em todo o recinto. "Qualquer situação seria mais rapidamente detetada e a PSP poderia intervir mais depressa", argumenta.
Em matéria de segurança, tudo conta e até melhorou depois da Câmara ter construído no recinto, em 2016, casas de banho. "Antes, algumas pessoas, já depois de ingerirem bebidas alcoólicas, faziam as necessidades onde calhava e as pessoas sentiam-se ofendidas e chamavam-nos", relata o superintendente.
Dos dois milhões de orçamento da Feira de S. Mateus, 240 mil euros estão afetos à segurança, cujo investimento "foi duplicado face a 2013", realça Jorge Sobrado.
Agentes à paisana
A Câmara vai pagar 57 mil euros à PSP pelo trabalho gratificado dos agentes que vão ser deslocados para o interior do recinto, num total de 17 elementos, incluindo junto às bilheteiras. Aqui a pressão será desta vez menor, já que foram colocados torniquetes eletrónicos, trancados durante a noite com portões.
Haverá ainda agentes não identificados do Núcleo de Investigação Criminal.
No exterior do recinto, a PSP terá agentes de trânsito, uma equipa de intervenção rápida, com elementos de Viseu, Aveiro, Vila Real, Guarda, Coimbra e Porto. E haverá ainda um subgrupo e grupo de intervenção.
"Haverá mais ou menos agentes por dia, de acordo com a avaliação de risco que fazemos, de acordo com o número e tipo de público que atrai cada concerto", adianta Victor Rodrigues.
Para o certame, o comandante da Polícia recomenda circular com carteiras fechadas, com pouco dinheiro, guardado em sítios diferentes e estacionar nos parques próprios.
Equipa de segurança
O presidente da Câmara, Almeida Henriques, anunciou ontem que foi criada uma equipa para coordenar a segurança dos grandes eventos, como é o caso da Feira de S. Mateus. Este grupo vai ser coordenado pelo segundo-comandante Rui Nogueira. Da equipa fazem parte o comandante adjunto dos bombeiros municipais, um elemento da Proteção Civil e quatro da Polícia Municipal.
Crianças
À entrada da feira são colocadas nas crianças pulseiras com a identificação e o contacto dos pais, para que estes possam ser contactados caso o menor se perca.
Dispositivo
No recinto da Feira de S. Mateus há um dispositivo "invisível", que garante a proteção e a segurança, e que é composto por 40 a 60 pessoas, entre seguranças privados, agentes da PSP, Proteção Civil, bombeiros sapadores e voluntários, Cruz Vermelha e equipa de enfermagem pré-hospitalar
700 trabalhadores
Com mais de 200 expositores e cerca de 700 trabalhadores, o certame vai durar 39 dias.