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Filho de Bolsonaro publicou foto falsa de Greta Thunberg e diz que foi uma piada

Greta Thunberg EPA/VALERIE BLUM

Eduardo Bolsonaro, filho do presidente do Brasil, usou uma foto manipulada para atacar Greta Thunberg. Dois dias depois, o putativo embaixador brasileiro nos EUA diz que era uma piada e culpa a imprensa.

Uma fotografia de Greta Thunberg, sentada a comer perante o olhar ávido de crianças negras do outro lado da janela, foi usada pelo filho de Jair Bolsonaro, Eduardo, para atacar a jovem ativista sueca, no Twitter.

"Vocês roubaram minha infância..." disse a garota financiada pela Open Society de George Soros, escreveu Eduardo Bolsonaro. O Tweet é ilustrado por uma foto manipulada de Greta Thunberg.

A imagem verdadeira foi publicada no Twitter de Greta, a 22 de janeiro, durante uma viagem de comboio na Dinamarca.

Eduardo Bolsonaro usou a foto manipulada para associar Greta à Open Society, uma rede de fundações do multimilionário George Soros que apoia movimentos da sociedade civil por todo o Mundo, com ênfase para a educação, independência dos media, saúde e justiça.

Uma associação que carece de confirmação, mas que passou a ser "verdade" no mundo virtual à custa de outra manipulação. No caso vertente, a imagem de Greta com Soros foi fabricada a partir de uma fotografia da jovem sueca com o ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, que há anos é um dos rostos mais mediáticos da luta pelo clima.

Dois dias depois, Eduardo Bolsonaro volta ao tema, num registo já muito visto no pai e em Donald Trump. "Temos sempre de lembrar como a imprensa joga sujo e é seletiva", diz aquele deputado federal brasileiro, num Tweet publicado este sábado à tarde, sugerindo que a foto era um "meme", uma imagem de humor usada na Internet.

Para justificar o "meme", Eduardo Bolsonaro usa uma outra manipulação da mesma imagem, com o ex-juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Gilmar Mendes, no lugar de Greta, ameaçado com uma arma pelo ex-Procurador-Geral da República Rodrigo Janot.

Uma brincadeira que ilustra uma confissão recente de Rodrigo Janot. Em entrevista a propósito do lançamento de um livro, o ex-procurador-geral da República do Brasil diz que chegou a entrar armado no Supremo Tribunal Federal para matar o juiz Gilmar Mendes e suicidar-se.

Redação