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Enfermeira agredida na urgência do Hospital de Santa Maria

Hospital Santa Maria, em Lisboa Arquivo Global Imagens

Uma enfermeira do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, foi agredida esta madrugada de quarta-feira no Serviço de Urgência. A doente que estava a assistir entendeu que demorou muito tempo a ir buscar um medicamento, puxou-lhe os cabelos e arranhou-a. O Hospital confirmou o episódio.

É mais um caso de violência contra profissionais do Serviço Nacional de Saúde. A agressão foi denunciada pela Ordem dos Enfermeiros (OE), que exige medidas concretas.

Tudo aconteceu cerca das duas da madrugada. Segundo fonte da Ordem dos Enfermeiros, a enfermeira estava a dar assistência a uma doente na zona laranja do serviço de urgência, mas esta terá considerado que a profissional demorou demasiado tempo a ir buscar um medicamento. A doente chamou um familiar e seguiram-se arranhões e puxões de cabelos. A enfermeira ficou com lesões que a impediram de concluir o turno.

"O polícia de serviço naquele local estava, na altura da agressão, a tomar conta de uma outra ocorrência, pelo que a enfermeira foi socorrida por um outro elemento das forças de segurança que se encontrava a acompanhar um doente de saúde mental", refere a Ordem em comunicado.

"Esta situação remete-nos para uma necessidade imperativa do reforço de segurança nos estabelecimentos de saúde, em particular nas urgências, onde ocorrem a maioria dos episódios. Por outro lado, e também segundo o relato que chegou à OE, na sequência das agressões, a vítima foi impedida de prosseguir o seu trabalho devido às lesões sofridas, que são visíveis, mas nada aconteceu aos agressores, que mantiveram a possibilidade de continuarem naquele espaço e de serem assistidos", acrescenta a Ordem.

Esta é mais uma situação que demonstra a necessidade de medidas concretas, que vão muito além da criação de um gabinete de segurança, designadamente ao nível da prevenção, em primeiro lugar, repressão e punição, refere ainda a Ordem dos Enfermeiros.

A agressão foi confirmada ao JN pelo gabinete de comunicação do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte (CHULN), do qual faz parte o Hospital de Santa Maria.

De acordo com a mesma fonte, a enfermeira está a ser seguida pelo serviço de Saúde Ocupacional do Hospital e o caso está a ser acompanhado pelas autoridades.

O Centro Hospitalar Lisboa Norte "condena veementemente este crime" e vai prestar apoio jurídico à vítima.

A OE está também em contacto com a enfermeira agredida, "a quem presta toda a sua solidariedade, disponibilidade e apoio para que a situação não fique impune".

O CHULN tem já algumas medidas implementadas para evitar estes casos, nomeadamente seguranças e um polícia em permanência. No serviço de urgência de psiquiatria há botões de pânico para os profissionais acionarem em caso de violência.

A análise da agressão à enfermeira poderá determinar novas medidas, acrescentou ao JN fonte do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte.