Justiça

Polícia Judiciária deteve suspeito de homicídio de cabeleireira em Faro

Marisa Rodrigues/JN

Conhecia as rotinas da vítima e traçou um plano para roubá-la. Acabou por agredi-la violentamente até à morte no cabeleireiro de que era proprietária, em Faro. O homicídio ocorreu há dois meses. O suspeito foi agora detido pela Polícia Judiciária (PJ).

Presente a tribunal esta segunda-feira para ser ouvido em primeiro interrogatório judicial, viu a sessão ser adiada. Só deverá conhecer as medidas de coação na terça-feira.

artigo 11563471 esquerda

Maria de Fátima Nascimento, de 68 anos, foi encontrada morta no interior do cabeleireiro no dia 28 de novembro do ano passado. Terá sido agredida com um objeto contundente e não resistiu a um traumatismo craniano.

Segundo o responsável pela Diretoria do Sul da PJ, António Madureira, a morte foi "bastante violenta, com utilização de muita força física" e o motivo "foi o roubo".
Os investigadores acreditam que o crime pode ter sido planeado. O homem tinha namorado com uma sobrinha de Maria de Fátima, o que lhe permitia conhecer os passos da vítima. Sabia que morava e trabalhava sozinha.

Primeiro, entrou no cabeleireiro, situado na Rua do Montepio, aproveitando um momento em que a vítima estava desacompanhada. Agrediu-a até à morte, roubou dinheiro e as chaves. Depois foi a casa da vítima, na zona do Bom João, de onde também levou dinheiro e vários objetos. O facto de não terem sido detetados sinais de arrombamento nos dois locais levantou, desde logo, a hipótese de o homicida conhecer a mulher, o que veio agora a confirmar-se.

Ao que o JN apurou, o homem deixou vários vestígios biológicos, como sangue e impressões digitais, no cabeleireiro e na residência. Além da prova pericial, foram identificados, com a colaboração da PSP, vários potenciais suspeitos e cadastrados que, pela forma de atuar, pudessem estar ligados ao crime. Um deles era o agora detido.

Foi o cruzamento da prova científica e também testemunhal que permitiu avançar com a detenção, no sábado, em Almancil, no concelho de Loulé, para onde se mudou após o crime, abandonando a residência em Faro.

Desempregado e com problemas de toxicodependência, o suspeito é bastante conhecido das autoridades e tem antecedentes criminais por vários crimes de roubo, furtos e tráfico de droga, tendo já cumprido pena de prisão efetiva. Regressa esta terça-feira a tribunal para conhecer a medida de coação.