Desporto

Nick Kyrgios sobre Djokovic: "Não me odeiem por ter feito alguma coisa classificada como estúpida"

Australia's Nick Kyrgios hits the ball during his Mexico ATP Open 500 men's singles tennis match against France's Ugo Humbert in Acapulco, Guerrero State, Mexico on February 25, 2020. (Photo by PEDRO PARDO / AFP) PEDRO PARDO / AFP

O australiano, um dos mais irreverentes e polémicos jogadores do ATP Tour, mostrou-se esta terça-feira crítico em relação ao teste positivo à covid-19 de Novak Djokovic, líder do ranking ATP e dinamizador do Adria Tour.

"As minhas preces vão para todos os jogadores que contraíram a covid-19. Não me odeiem por ter feito alguma coisa 'irresponsável' ou classificada como estúpida. Isto ultrapassa tudo", escreveu nas redes sociais o 40.º colocado na hierarquia mundial, referindo-se ainda a Grigor Dimitrov, Borna Coric e Viktor Troicki, todos infetados com o novo coronavírus.

Várias vezes criticado por atitudes irresponsáveis e intempestivas, Kyrgios foi acompanhando a evolução das duas etapas do Adria Tour, que permitiu público nas bancadas e organizou ações com os jogadores fora do court, e, após o anúncio do búlgaro Dimitrov e do croata Coric a dar conta do teste positivo, alertou no Twitter para a gravidade da pandemia provocada pela covid-19.

"Que decisão descabida esta de avançar com um torneio de exibição. Votos de rápidas melhoras companheiros, mas isto é o que acontece quando não se cumprem todos os protocolos. Isto não é uma brincadeira", havia apontado Kyrgios na segunda-feira, ainda antes do circuito ser cancelado.

Confirmados os testes positivos de Djokovic e Troicki, bem como das respetivas mulheres, aos que se juntam os de Kristijan Groh, treinador de Dimitrov, e de Marco Paniki, preparador físico do número um mundial, o australiano não se coibiu de minimizar as atitudes irrefletidas, partilhando ainda um vídeo de Djokovic e companhia a dançar numa discoteca, após o final do primeiro evento em Belgrado.

Tal como Nick Kyrgios, o escocês Andy Murray, antigo número um do mundo, também chamou a atenção para a necessidade de se cumprirem medidas de segurança, defendendo que o Adria Tour pode ser visto como uma lição para o ténis mundial.

"Espero sinceramente que isto não seja grave demais. A Sérvia e a Croácia estavam a ultrapassar de forma relativamente tranquila a pandemia e agora tudo pode piorar. Sabia-se que assim que os países abrissem as fronteiras e as pessoas começassem a sair de casa, este tipo de coisas poderiam acontecer, mas penso que todos podemos aprender com esta lição e levar tudo isto extremamente a sério", justificou o campeão de três torneios do Grand Slam.

Já o francês Richard Gasquet reconheceu, em entrevista ao L'Équipe, que no "Adria Tour não tiveram muitos cuidados", embora, defenda, que "Djokovic não é o culpado de tudo" e "não apontou uma arma à cabeça de ninguém para estarem lá cinco mil espetadores."

JN/Agências