O Jamor volta a receber o último jogo da temporada, numa final inédita entre o F. C. Porto e o Paços de Ferreira. Depois da Liga, a equipa de Jesualdo Ferreira quer conquistar também a Taça, para completar a famosa dobradinha.
A 68.ª final da Taça de Portugal tem dois protagonistas com passado e presente muito diferentes, sendo obrigatório apontar o F. C. Porto como grande candidato a uma vitória sobre o Paços de Ferreia, por muito que os jogadores dos dragões tenham tentado afastar essa ideia nos últimos dias e que, até neste caso, seja natural recorrer à ideia estafada de que numa final não há favoritos.
Na de hoje, há, por todas as razões e mais algumas, embora grande parte da beleza do futebol tenha a ver com o imprevisto e com o facto de, em qualquer jogo, uma equipa pequena poder deitar abaixo uma maior. Como ficou provado na célebre história bíblica de David contra Golias, o primeiro pode ganhar ao segundo, mas também já se sabe que isso não acontece muitas vezes...
Os números jogam a favor da equipa de Jesualdo Ferreira, mesmo que o treinador da equipa que acabou de se sagrar tetracampeã nacional nunca tenha ganho uma final nos três anos que leva no comando técnico do F. C. Porto: no campeonato, os azuis e brancos ganharam os dois jogos com o Paços (ambos por 2-0) e somaram mais do dobro dos pontos do rival de hoje na classificação final (70 contra 34); os dragões vão jogar pela 25.ª vez uma final da Taça, com 13 vitórias no palmarés, enquanto os pacenses chegam pela primeira vez ao Jamor; em caso de vitória, os portistas festejarão, pela sexta vez na história do clube, a sempre ambicionada dobradinha, sinónimo de domínio total no panorama nacional durante uma temporada.
Nas 67 edições anteriores da prova, apenas três clubes, à excepção dos grandes, conseguiram evitar dobradinhas com vitórias em finais da Taça (V. Setúbal, Boavista, estes por duas vezes, e Belenenses), um lote restricto a que o Paços se tentará juntar. A equipa de Paulo Sérgio sabe que tem de inverter uma série de factores durante a partida para virar a seu favor uma percentagem de sucesso reduzida, sendo o maior de todos a indiscutível superior qualidade técnica do adversário.
Jesualdo levou para Lisboa todas as armas que tem à disposição (Lucho está lesionado), à excepção de Helton, prevendo-se que aposte numa equipa com Hulk no onze, ao contrário do que aconteceu no jogo da semana passada com o Braga. O objectivo são os golos que possam dar ao treinador dos dragões a primeira Taça de Portugal e a tal dobradinha, que não acontece desde 2006.