A dupla suíça Massimo Furlan e Claire de Ribaupierre criou o Festival Eurovisão da canção filosófica. Em competição vão estar esta sexta-feira e sábado, no Teatro Rivoli, no Porto, 11 canções escritas por filósofos europeus, num certame que terá a apresentação da iconográfica Catarina Furtado.
O Festival Eurovisão da Canção Filosófica pretende refletir sobre a identidade da Europa num formato que compreende filosofia com música.
Na génese do projeto está um combate declarado ao "populismo crescente na Europa e nada melhor do que um festival popular para o fazer", assumem os criadores em conversa com o JN.
Os criadores começaram por contactar "11 intelectuais europeus, que normalmente estão nas Universidades e têm uma carreira académica, para escrever uma canção", comentam. A reação foi bastante entusiástica. Em Portugal, o escolhido foi o investigador, ensaísta e, professor universitário José Bragança de Miranda.
Numa segunda fase, os autores do projeto contactaram a Universidade de Música de Lausanne, na Suíça, para musicar os textos, tendo como propósito criar um "hit", com influências da tradição musical de cada país. Aqui, a direção foi de Monika Ballwein, compositora de Conchita Wurst, outro ícone da Eurovisão.
No final, o júri presidido por Pedro Santos Guerreiro (inclui Manuela Azevedo, Flávio Almada, Rogério Nuno Costa, Isabél Zuaa, Maria Manuel Mota e Ana Deus), decide a meias com os aplausos do público qual será a canção vencedora.
Mas nem só de entretenimento se trata. O importante é que cada espetador reflita sobre a identidade europeia, aqui expressa através dos textos de 11 filósofos. "Sem lições e sem moralismos, porque isso seria populismo", sublinha Massimo Furlan.
O espetáculo acontece esta sexta-feira, às 21 horas, e tem nova récita amanhã às 19 horas.