Desporto

Em 24 horas, correu 251,6 quilómetros pela saúde mental

Vítor Rodrigues bateu recorde nacional na pista de atletismo Gémeos Castro Vitória S. C.

Vítor Rodrigues bateu recorde nacional de maior distância percorrida em pista. É GNR e atleta nos tempos livres.

Entre as 9 horas de sexta-feira e as 9 de sábado, Vítor Rodrigues cumpriu um objetivo e escreveu o seu nome no livro de recordes do atletismo nacional. Na pista de atletismo Gémeos Castro, em Guimarães, o vimaranense conseguiu percorrer a maior distância em pista durante 24 horas seguidas. Foram 251,6 quilómetros em nome da saúde mental.

"Cada vez mais, a saúde mental é um problema que está presente na nossa sociedade e é um assunto tabu, em que há vários estereótipos. Há mil e um motivos para correr por essa causa e achei que era importante dar voz", esclarece Vítor Rodrigues. Aos 36 anos, preparou-se durante quatro meses para a prova na sua terra natal. Enfrentou chuva e muito frio, mas também recebeu o calor dos amigos e da família até conseguir superar o objetivo.

O anterior recorde de maior distância em 24 horas pertencia a Luís Gil, com 236,6 quilómetros. Vítor Rodrigues conseguiu fazer 251,6 graças a uma preparação física estrategicamente delineada para atingir o pico de forma nesta altura, e uma preparação mental que considera essencial.

"Fazendo aqui a analogia para a causa pela qual eu corri, é sem dúvida a coisa mais importante que temos porque se não tivermos a nossa saúde mental em pleno, nada funciona", confessa.

Com 36 anos, Vítor é atleta do Vitória Sport Clube, mas o atletismo só tem lugar nos tempos livres porque é militar da GNR de profissão: "Como um comum mortal tenho o meu trabalho, faço o atletismo nas horas vagas e estou mesmo na patrulha normal, em que cumpro os meus horários de forma normal".

O apoio necessário vem dos colegas de trabalho que o ajudam nos horários, mas sobretudo da namorada ("o pilar principal"), da família e dos amigos: "É nas alturas complicadas que esses pilares estão comigo, não corro sozinho, nunca corri sozinho", afirma.

Delfim Machado