O Comité de Controlo e Disciplina da UEFA encerrou a investigação contra o F. C. Porto por alegada tentativa de corrupção de árbitros em Portugal e confirmou a presença portista na Champions. A decisão é passível de recurso.
Para a UEFA, a investigação aberta contra os dragões devido ao Apito Dourado "está fechada e foi retirada da lista de processos". Por consequência, "o F. C. Porto está admitido a participar nas competições de clubes da UEFA, na época 2009/2010". É a conclusão da missiva do Comité de Controlo e Disciplina, à qual o JN teve acesso e que ratifica a participação portista na Champions.
A decisão é passível de recurso, mas tanto o Benfica como a FPF não tomaram, ontem, qualquer posição. O Benfica, a par do Guimarães, foi um dos clubes que, em Junho de 2008, recorreu para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), apresentando-se contra a ida do F. C. Porto à Liga dos Campeões, na época passada.
A reboque de uma decisão da Comissão Disciplinar da Liga, o processo chegou à UEFA, que, baseada no Apito Dourado e na alegada tentativa de corrupção de árbitros, na época 2003/04, suspendeu, numa primeira instância, o F. C. Porto de participar na Champions. Mas logo os portistas recorreram para o Comité de Apelo e o dossiê regressou ao órgão de Controlo e Disciplina. Ainda em Junho, o TAS rejeitou a acção do Benfica e do Guimarães, voltando o caso a estar sob a alçada da UEFA. O anúncio oficial da admissão portista, na Champions, surgiu em Julho.
Na justificação do veredicto ontem dado a conhecer, os argumentos são claros. Por um lado, há razões de ordem temporal. Por outro, a própria UEFA diz desconhecer o desenlace dado pelas autoridades portuguesas ao Apito Dourado. No que diz respeito ao factor temporal, o regulamento de competições estipula que para entrar na Champions 2009/10 um clube "não pode ter estado directamente e/ou indirectamente envolvido, desde a entrada em vigor do artigo 50(3) dos Estatutos da UEFA (edição 2007), em qualquer actividade destinada a arranjar ou influenciar o resultado de um jogo, a nível nacional ou internacional". O regulamento só abrange factos ocorridos após 27 de Abril de 2007, excluindo, deste modo, situações anteriores, como, por exemplo, as referentes ao Apito Dourado. O facto de a UEFA "desconhecer o resultado final dos procedimentos ainda abertos e a decorrer nas autoridades portuguesas" é a outra explicação aduzida.