Estivesse eu há 62 anos a ler os jornais e a ouvir rádio para que me surgissem ideias para escrever uma crónica e a diferença entre o que fui lendo e ouvindo hoje não seria diferente.
Há mais meios de comunicação social, mas de resto muito pouco mudou. Pois é, o escândalo Calabote fez ontem 62 anos, mas o calabotismo está mais vivo do que nunca.
Ontem, no jogo Braga-Benfica, houve aquele leve engano que fez com que uma equipa jogasse mais de meio tempo com menos o seu melhor jogador e só depois dessa expulsão é que o Benfica marcou, mas, claro, há um enorme consenso que afirma que os da Luz foram muito melhores. Jogar com menos um é detalhe, claro.
António Salvador mostrou-se revoltado porque aquela expulsão nunca aconteceria com os três grandes. Claro, claro, nós até não vimos como o Diaz foi expulso e também não assistimos ao festival de pancadaria com que os do Braga nos brindaram sem que o árbitro achasse que lhes devia dar sequer amarelo.
Iam agora as opiniões publicadas criticar o João Pinheiro já que o Benfica fez um jogo que nem o Barcelona do Guardiola? Ia lá o Salvador criticar aquela arbitragem e indispor só o Benfica, mesmo sabendo que nada daquilo se passaria num jogo contra o F. C. Porto.
E que dizer desse terrível marginal que é o Conceição? O homem que agrediu um polícia dentro do campo (foi ele, não foi?), o único treinador que diz palavrões e grita para colegas, jogadores e árbitros, um caso tão excecional que se deve estar a tratar da sua irradiação.
O calabotismo é muitíssimo mais do que uma arbitragem vergonhosa, é um estado de coisas, um ambiente, uma mentalidade e está bem vivo.
A subir
A renovação de Otávio é uma excelente notícia. Embora não tenha nascido no clube, foi aqui que se fez jogador, que nunca esqueça disso. Espero que continue connosco por muitos anos.
A descer
Um forte abraço para todos os que andaram a apregoar aos quatro ventos que o Otávio já estava ali e acolá e jamais renovaria pelo F. C. Porto.
*Adepto do F. C. Porto