Vila Boa do Bispo, freguesia do concelho do Marco de Canaveses, venceu o Prémio Autarquia do Ano na categoria Ecologia e Cuidado dos Animais com o Projeto de Consciencialização Ambiental.
A distinção foi revelada esta semana pela organização dos Lisbon Awards Group. O prémio destaca as autarquias pelas suas práticas inovadoras. À 2.ª edição dos prémios autárquicos concorreram um total de 50 municípios e freguesias.
No caso de Vila Boa do Bispo, o projeto premiado foi desenvolvido na área do ambiente e do património natural ao longo de 2020.
Os impactos globais que as diversas iniciativas levadas a cabo pela Junta de Freguesia (JF) de Vila Boa do Bispo tiveram no meio ambiente, só por si, terão justificado o prémio: 5000KW/H de poupança anual estimada gerada pela Comunidade de Energia Renovável; 2000H de voluntariado, por Vilaboenses, em prol do desenvolvimento sustentável da autarquia no ano de 2020; 55KM de extensão da rede de percursos pedestres limpos e sinalizados pelos voluntários da comunidade; 200 alunos envolvidos anualmente em atividades de promoção da sustentabilidade; 200 mil euros de investimento em programas ambientais na freguesia alavancado por programas nacionais e internacionais; 10 toneladas de resíduos recolhidos e valorizados ao longo do ano 2020 na freguesia.
A panóplia de projetos e iniciativas que sustentaram a candidatura de Vila Boa do Bispo ao Prémio contemplou, por exemplo, a adesão de Vila Boa do Bispo ao Eco-Freguesias XXI, um programa que promove a sustentabilidade nas comunidades, em estreita correlação com a cidadania ativa e o empenho dos cidadãos. Através desta adesão, a JF promoveu a recolha de uma dezena de toneladas de resíduos em categorias como óleo alimentar, monstros domésticos, rolhas, resíduos de construção e demolição e eletrodomésticos.
Na candidatura ao prémio, Vila Boa Bispo faz notar que é a primeira comunidade pública de energia renovável do país. Para tal a JF aliou-se ao Município, à Associação Cultural e Desportiva da Casa do Povo e aos Bombeiros Voluntários para criar a primeira comunidade pública de energia renovável, alimentando assim a sua sede, quartel dos bombeiros, e os equipamentos desportivos e sociais da IPSS e do Município.
Realização de exposições com o fito da sensibilização das gerações mais jovens para as questões da sustentabilidade ambiental contribuíram igualmente para que o prémio fosse para Vila Boa do Bispo, uma freguesia que em 2017 foi condenada a pagar uma indemnização de 190 mil euros à família de um homem que morreu afogado em 2000, na albufeira da barragem do Torrão.
Desde então, aquela autarquia ficou manietada na sua ação governativa devido à cativação das receitas. "As dificuldades que a JF tem vivido financeira e legalmente têm sido um elemento desestabilizador que tem levantado obstáculos significativos, mas que com criatividade, empenho e compromisso temos procurado debelar e contornar para, acedendo a financiamentos e programas mobilizadores, continuar a implementar uma dinâmica de inovação e coesão em toda a nossa ação", refere Miguel Carneiro, presidente da JF de Vila Boa do Bispo.
Mação e Boticas arrebataram as principais categorias do Lisbon Awards Group
Ao todo foram mais de 30 projetos premiados, num total de 10 categorias e mais de 25 subcategorias. O grande destaque vai para a Câmara Municipal de Mação, que arrecadou o Grande Prémio com o projeto "Mação, um concelho amigo do idoso", e para a Câmara Municipal de Boticas, que venceu o Grande Prémio Originalidade com o projeto "Recordar é viver", ambos na categoria Apoio Social e subcategoria Qualidade de Vida na Terceira Idade.