Desporto

Portugal a torcer por Madrid e Rio

Rio de Janeiro, Madrid, Chicago ou Tóquio? O Comité Olímpico Internacional escolhe hoje, sexta-feira, em Copenhaga, a sede os Jogos de 2016. Uma decisão que Portugal segue atentamente, pelas ligações directas ao Brasil e à Espanha.

Das quatro candidaturas que chegaram à votação final, há duas que interessam particularmente a Portugal. Entre elas está a do Rio de Janeiro, que encabeça a lista de favoritos, juntamente com Chicago (Estados Unidos). Mas se a candidatura da Cidade Maravilhosa reúne toda a simpatia, pelos inúmeros laços que unem portugueses e brasileiros - de amizade, linguísticos e, cada vez mais, económicos -, a proximidade de Madrid faz com que a capital espanhola também recolha preferências. Além de ser a que mais benefícios directos encerrará para Portugal, há outro facto a ter em conta na hora de optar: a candidatura luso-espanhola à organização do Campeonato do Mundo de Futebol de 2018.

O engenheiro António Laranjo, intimamente ligado ao sucesso que foi o Euro 2004, encontra vantagens para Portugal em eventual vitória do Rio de Janeiro ou de Madrid. Mas trocaria o êxito da candidatura olímpica do país vizinho pelo sucesso na corrida conjunta ao Mundial de 2018. "Se colocasse numa balança a organização dos Jogos Olímpicos ou do Mundial 2018, em Espanha, apostaria no Mundial, porque nós estamos nisso juntos", afirmou.

Mas António Laranjo não tem dúvidas de que a realização de uns Jogos Olímpicos em Madrid "seria um acontecimento fantástico para toda a Península Ibérica e uma recompensa muito significativa para Espanha, pelo que tem vindo a fazer em matéria de afirmação desportiva e não só".

E confia que Portugal saberá tirar partido se os Jogos forem em Madrid, à semelhança do que Espanha fez quando organizámos o Euro 2004. "Será um erro tremedo se Portugal não souber preparar-se, conjuntamente com Espanha, para absorver parte desse enormíssimo fluxo de pessoas que vem assistir aos Jogos, nomeadamente ao nível das suas infraestruturas logísticas, da hotelaria à restauração, etc", salientou.

A vitória do Rio de Janeiro também seria uma boa notícia, essencialmente em termos de "divulgação da língua e da cultura portuguesas, que ganhariam uma enorme visibilidade". António Laranjo vê o forte empenho do governo na candidatura do Rio de Janeiro como uma forma de "potencializar os enormes investimentos, em termos de infra-estruturas, que o Brasil irá fazer para organizar o Mundial de Futebol de 2014".

ADRIANO ROCHA E PAULO FELIZES