A famosa fotografia de um homem a enfrentar sozinho tanques na Praça Tiananmen, conhecida como "Homem do Tanque", desapareceu do Bing, a ferramenta de busca da Microsoft.
A fotografia premiada de 1989 deixou de aparecer em buscas de imagens ou vídeos no Bing, levantando preocupações sobre a censura na China por ocasião de um novo aniversário da repressão mortal na praça principal de Pequim.
Porém, a imagem desapareceu mesmo fora da China.
A famosa fotografia mostra um manifestante solitário, vestido com uma camisa branca, que bloqueia a passagem de uma coluna de tanques na Praça Tiananmen de Pequim em 1989.
"Isto deve-se a um erro humano acidental e estamos a trabalhar ativamente para resolvê-lo", garantiu um porta-voz da Microsoft à AFP, após reportagens publicadas na imprensa norte-americana.
Por seu lado, o diretor da Human Rights Watch, Kenneth Roth, considerou ser "difícil de acreditar" na justificação da empresa.
Entretanto, as pesquisas por "Homem do Tanque" no Google, que controla cerca de 92% do mercado global de consultas online, de acordo com a "Statcounter", mostraram uma variedade de imagens.
A ferramenta de busca do Google não é acessível na China, onde os censores removeram o "Homem do Tanque" da Internet.
Esta sexta-feira marcou um novo aniversário da repressão dos protestos pacíficos pró-democracia na Praça Tiananmen de 4 de junho de 1989. Oficialmente, centenas de pessoas morreram devido à ação das tropas chinesas, embora, de acordo com algumas estimativas, as mortes tenham sido mais de mil.
Na China continental, o aniversário de Tiananmen costuma ser marcado por um aumento na censura online. Nesse dia, a praça é rotineiramente cercada por forças de segurança.