Cristina Coelho, candidata da CDU à Câmara de Gondomar, assume que, se não ganhar as eleições, gostava de eleger dois vereadores. E ter pelouros.
Cristina Coelho assume que o programa eleitoral da CDU para Gondomar ainda não está "todo construído". Mas há temas, como o preço da água ou a falta de mobilidade, sobretudo do alto concelho, que são problemas estruturais. A candidata corre para vencer as eleições, mas admite que "igualar os dois vereadores" das últimas autárquicas, "mas com pelouros", já seria bom.
Qual é o principal problema deste concelho?
O problema maior do nosso concelho é o preço da água.
Que outros temas quer ver discutidos na campanha eleitoral?
Neste momento, não temos o programa todo construído, estamos no processo de auscultação da população, mas temos temas estruturantes que passam pelo ambiente, pelos serviços públicos, pela defesa do património e pela mobilidade.
Além do preço da água, que outros assuntos devia Gondomar melhorar?
A CDU tem propostas para a questão da água, mas é mais para o resgate dos serviços essenciais que deviam estar na esfera pública.
Devia ser criada uma empresa municipal?
Exatamente. Estes serviços deviam ser municipais. Não só a água, mas os resíduos, a limpeza urbana, as cantinas escolares e a limpeza dos equipamentos. O dinheiro gasto mensalmente nestas concessões permitiria outro tipo de apostas. É um logro dizer que a concessão significou redução para o consumidor. Gondomar é dos concelhos com a água mais cara. Mais: houve aumento do preço e decréscimo da qualidade. Vemos pela recolha dos resíduos sólidos e da limpeza urbana.
Acredita que é este ano que os resíduos tóxicos de S. Pedro da Cova serão todos retirados?
Essa é a nossa luta. Todas as sinergias têm de ser criadas, porque aquela população já foi bastante massacrada.
Não ganhando, o que será um bom resultado para a CDU?
Concorremos para ganhar. Mas queremos fazer parte do Executivo em termos de vereação...
Igualar os dois vereadores das últimas eleições?
Igualar e com pelouros.
Como acompanhou o polémico processo do hotel em Ribeira de Abade?
A CDU esteve sempre ao lado dos moradores. Foi dito pela Câmara que o processo corria os trâmites normais. Reunimos com a Agência Portuguesa do Ambiente, pedimos uma reunião à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. Toda esta trapalhada tem de ser cabalmente explicada. O que vejo para aquela zona é qualificação da frente ribeirinha.
A Câmara agiu bem ao suspender a obra?
Sim, mas tem de assumir as responsabilidades. Entendemos que foi um bocadinho tardia. A nossa ideia é que aquele espaço seja de fruição e não de betão ao alto.
Como caracteriza estes oito anos de maioria PS?
O PS fará o seu balanço. A CDU tem outras políticas para alavancar o concelho. Gondomar continua na cauda da Área Metropolitana em vários indicadores. Nestes oito anos, a mobilidade tem sido esquecida, tem vindo a ser adiada a chegada do metro até ao centro do concelho. E temos uma política de transportes que não serve as populações, sobretudo as do alto concelho.
Cristina Coelho é licenciada em Geografia e mestre no Ensino da História. É desde 2001 docente de Geografia do 3.º Ciclo e Secundário, lecionando no Agrupamento de Escolas António Alves (Lourosa). Integra a Comissão Concelhia de Gondomar e é responsável pela Comissão de freguesia de Valbom do PCP. Já assumiu funções de eleita da Assembleia Municipal.
Idade: 42 anos
Profissão: Professora de Geografia
Residência: Valbom, Gondomar
Família: Casada, com dois filhos adolescentes
Melhor
32 km de frente ribeirinha, com imensas potencialidades
Porta de entrada numa área de seis mil hectares que é o Parque das Serras
Pior
Preço da água
A falta de mobilidade é um elemento que atrasa o desenvolvimento do concelho