O Tribunal de Família do Seixal não permitiu o regresso ao seio familiar do menino internado no Hospital do Barreiro, depois de ter estado desaparecido durante 15 horas, na companhia de dois cachorros, numa floresta em Pegões, no Montijo.
A decisão partiu da equipa multidisciplinar de apoio ao Tribunal de Família e Menores do Seixal, que há vários anos acompanha a família Elvira, devido à falta de condições em que vive, e que já havia optado há pouco tempo pela institucionalização do menor.
Pedro Miguel Elvira, de 5 anos, mantém-se em observação no Serviço de Pediatria do Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, após ter passado pelo do Montijo, que não conta com aquela valência. Ao JN, o pai João Elvira adiantou que o menino não tem ferimentos, apesar de ter estado tantas horas numa área de mato denso. "É o tribunal que não o deixa regressar a casa", explicou o septuagenário, que tem ainda com mais quatro filhos.
O menor desapareceu de casa, num pequeno monte, na freguesia de Pegões, na terça-feira ao fim da tarde, acompanhado por duas cachorras. Manteve-se numa área florestal ao longo de 15 horas, até aparecer anteontem de manhã, a dois quilómetros, junto à casa de uma idosa. Segundo o Comando Territorial da GNR de Setúbal, Pedro estava consciente, apresentando apenas algumas escoriações, provocadas por picadas de insectos. "De manhã, ter-se-á dirigido à proprietária do terreno queixando-se de frio e fome. Depois de tratada apurou-se que criança tinha dormido debaixo de uma árvore, juntamente com dois cães que a acompanhavam", acrescentou aquela fonte. Tendo em conta que a equipa multidisciplinar de apoio ao tribunal do Seixal [ver caixa ao lado] está sob a tutela do Instituto da Segurança Social, o JN contactou este organismo para perceber qual será o destino do menor mas, até ao fecho de edição, não houve qualquer resposta.