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Igreja promete levar casos de abusos até às últimas consequências

Manuel Barbosa Nuno Brites / Global Imagens

O padre Manuel Barbosa, porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), afirmou esta terça-feira que é preciso encarar de uma "maneira frontal os casos de abusos de menores e de adultos vulneráveis na Igreja e levá-los às últimas circunstâncias".

"A Igreja reconhece a gravidade da situação, que não é de agora, é de sempre, e continua a tratá-la com toda a seriedade a partir de cada diocese", afirmou Manuel Barbosa, durante uma conferência de imprensa, que se seguiu à reunião do conselho permanente, desta manhã.

O porta-voz da CEP assegurou desconhecer se existem casos recentes, pois "há poucos casos de denúncias apresentadas". Contudo, garantiu que cada comissão diocesana tem indicações para encaminhar de imediato a situação a nível canónico e comunicar ao Ministério Público.

"Estas comissões diocesanas são importantes, porque têm na sua missão a prevenção, a formação e o tratamento de casos", sublinhou o padre. "São comissões constituídas por pessoas preparadas a nível espiritual, médico, jurídico e psicológico."

Manuel Barbosa explicou ainda que as denúncias podem ser feitas nas dioceses onde as pessoas habitam, mas também noutras. "O importante é que não fiquem de lado", sublinhou. Garantiu ainda que "o passado também deve ser considerado".

Rejeitar encobrimentos

Além da constituição de um grupo coordenador, a partir das comissões diocesanas, para definir critérios e procedimentos comuns, a CEP admite tomar outras medidas, "sempre no propósito de rejeitar qualquer encobrimento de casos, de fazer justiça às vítimas e respeitar a verdade histórica das denúncias apresentadas".

Constituídas há mais de um ano para receber denúncias de abusos contra jovens e adultos vulneráveis, as comissões diocesanas "têm trabalhado de maneira competente", diz Manuel Barbosa. "Todos os casos são comunicados às autoridades."

A propósito de processo que está a decorrer em França, o porta-voz da CEP não se comprometeu em relação à possibilidade de criar uma comissão independente. "Veremos o que é que a Assembleia Plenária dirá, mas estamos abertos a outras medidas." Este encontro decorrerá de 8 a 11 de novembro.

Alexandra Barata