Viseu

Diocese de Viseu diz que cumpriu todas as normas no caso do padre suspeito de assediar menor  

Seminário de Viseu Arquivo

A Diocese de Viseu garante que o caso do padre que está a ser investigado pela justiça por enviar mensagens escritas de teor sexual a um jovem, de 14 anos seguiu todos os "procedimentos legais para este tipo de investigações".

Num comunicado enviado às redações, mais de 24 horas depois de a notícia do alegado assédio ter vindo a público, a diocese explica que "o caso está nas instâncias próprias e segue o percurso que o Papa Francisco e as diretrizes da Conferência Episcopal Portuguesa" indicam para estas situações.

"A comissão [de proteção de menores e adultos vulneráveis da diocese] recebeu a denúncia e depois seguiram-se todos os passos e procedimentos legais para este tipo de investigações tanto por parte das autoridades civis como eclesiásticas", salienta.

A diocese liderada pelo Bispo D. António Luciano compromete-se ainda a respeitar "sempre as normas civis e eclesiásticas", tendo em conta "a privacidade, confidencialidade e autodeterminação que são devidas às vítimas".

O padre, de 46 anos, está a ser investigado pelo Ministério Público depois de ter enviado mensagens ao menor em março deste ano. O jovem denunciou o assédio ao pai que comunicou a situação às instâncias judiciárias.

A Polícia Judiciária também já investigou o caso e, sabe o JN, apresentou uma proposta de acusação ao Ministério Público.

O sacerdote já foi suspenso de todas as funções que tinha na paróquia que liderava há dez anos e de outras instituições ligadas à Igreja Católica por decisão do Bispo de Viseu, D. António Luciano, pelo menos até tudo ser esclarecido.

O suspeito tirou, entretanto, uma licença sabática de um ano, afastando-se de todos os cargos no seio da Igreja. No final de agosto foi substituído por outros sacerdotes.

Comissão

A comissão de proteção de menores e adultos vulneráveis da diocese de Viseu foi criada em fevereiro de 2020, estando desde essa altura a trabalhar nas denúncias recebidas.

Este organismo que acompanha eventuais abusos por parte de elementos do clero é composto por oito pessoas "com experiência" nas áreas da saúde, psicologia, justiça, educação e serviços sociais.

A comissão atende todas as vítimas e ou denunciantes nas primeiras quartas-feiras de cada mês, pelas 17.30 horas, no Seminário Maior de Viseu, "em espaço próprio e isolado, que garante a privacidade e a confidencialidade dos que a ele se dirigirem".

As denúncias também pode ser efetuadas pelo e-mail: cpmenores@diocesedeviseu.pt

O JN solicitou à comissão esclarecimentos sobre o caso do padre suspeito de assediar o menor de 14 anos e de outros casos que tenha tratado, mas não recebeu qualquer resposta.

José Ricardo Ferreira