A Assembleia Municipal de Famalicão está preocupada com a falta de médicos no concelho e pede à Administração Regional de Saúde do Norte medidas urgentes para "repor a normalidade no funcionamento das extensões de Saúde".
A recomendação à ARS Norte foi apresentada pelo grupo municipal do PSD e aprovada por unanimidade na última reunião da Assembleia Municipal. De acordo com o documento, o Agrupamento de Centros de Saúde de Famalicão possui duas unidades centrais e um total de 14 estruturas, englobando ainda quatro unidades de Saúde familiar.
"Apesar da sua significativa cobertura territorial, o funcionamento anómalo de muitas dessas estruturas, que se vem agravando nos últimos dois anos, constitui um verdadeiro obstáculo à prestação de cuidados de saúde que se querem de proximidade, gerando descontentamento e o protesto das populações", adiantou o deputado social-democrata Jorge Paulo Oliveira.
O deputado apontou o exemplo das extensões de Saúde de Arnoso Santa Maria, Gondifelos, Landim, Louro, Lousado, Nine, Requião, Ruivães e Seide S. Miguel. Segundo Jorge Paulo Oliveira, nestes casos o problema da falta de médicos "agudizou-se com a abertura das unidades de Saúde familiar". "A saída de médicos, até então efectivos, nem sempre foram substituídos por clínicos permanentes", referiu.
O deputado municipal afirmou que muitos utentes ficaram sem médico de família assistindo-se também a uma "intensa rotatividade de médicos e os dias e tempo de atendimento clínico foi reduzido". "Não raras vezes, em algumas delas, de que é exemplo último a extensão de saúde de Nine, as populações ficam vários dias desprovidas de qualquer médico", diz a recomendação.
De resto, o presidente da Junta de Nine, Domingos Ribeiro, contou que desde de que a médica colocada na freguesia adoeceu, há mais de dois anos, os utentes têm sido atendidos por contratados. Por vezes, acontece estarem "semanas e semanas sem atendimento". O autarca diz ter solicitado às entidades competentes a colocação de um médico permanente em Nine.
"É justo o descontentamento dos ninenses", afirmou. Também os presidente das juntas de Landim e Requião e testemunharam as dificuldades das extensões de Saúde das suas freguesias. Em requião, disse o autarca João Pereira existe "um médico que tem 1600 utentes e 3300 utentes sem médico de família".