Sociedade

Anfíbios da região sul vão ser mais afectados

Os cientistas não perdem de vista que as mudanças climáticas já vêm encontrar habitats fragmentados ou destruídos pelo homem. Os anfíbios ressentem-se por exemplo da regularização e destruição de linhas de água e charcas.

Embora algumas espécies que dependem da temperatura para entrarem em actividade beneficiem aparentemente com o seu aumento, não se pode esquecer que outro efeito é a diminuição da precipitação. Assim, muitos anfíbios deixarão de ter água para colocar os seus ovos. É assim que o investigador José Carlos Brito, do CIBIO, receia que algumas espécies desapareçam das lagoas e charcas do Alentejo interior e no Nordeste transmontano. Um receio, porque a monitorização dos fenómenos iniciou-se apenas nos anos 90 e são necessárias séries muito longas -50 anos e até mais - para chegar a conclusões. A sua equipa está a estudar duas espécies de lagartixas do Sara, que há seis mil anos estava coberto com savanas e era habitado por leões, mas há 20 mil era ainda mais árido do que é hoje. Na Península Ibérica, havia crocodilos que se extinguiram na última glaciação.