Desporto

Futebol aumentou receitas em época de pandemia

Pedro Proença, presidente da Liga, diz que os números mostram o poderio da indústria futebol Pedro Correia / Global Imagens

Dinheiros dos direitos televisivos e dos prémios da UEFA ajudam a explicar crescimento em ano de crise. As 34 SAD pagaram mais impostos ao Estado em 2020/21.

O futebol profissional português aumentou a contribuição para a riqueza portuguesa, o PIB, e pagou mais impostos na época de 2020/21, apesar das restrições da pandemia e dos estádios fechados. A Liga Portugal e as 34 Sociedades Desportivas "registaram, em conjunto, um volume de negócios de 792 milhões de euros na época 2020/21, o que se traduziu numa contribuição de cerca de 550 milhões de euros para o PIB", concluiu o 5.º Anuário do Futebol Profissional Português, produzido pela EY em parceria com a Liga. O volume de negócios representa um acréscimo de 11,3% face ao período pré-pandemia.

Em 2020/21, o futebol profissional aumentou em 2,5% as contribuições para o Estado, ao pagar 192 milhões de euros em IRS e Segurança Social, mais cinco milhões que no ano anterior.

Apesar da quebra na venda de bilhetes, as receitas subiram, com o aumento de 47 milhões de euros dos rendimentos de direitos televisivos e com o acréscimo de 11 milhões de euros decorrentes dos prémios conquistados nas competições europeias, nomeadamente devido a presença do F. C. Porto nos quartos de final da Liga dos Campeões.

"Este anuário mostra, com a frieza dos números, o poderio desta indústria, mesmo em época tão atípica e limitativa de receitas", salientou Pedro Proença, presidente da Liga, organismo que somou o sexto ano consecutivo de resultados positivos. Com receitas de 16,9 milhões de euros, teve lucros de 777 mil euros e libertou 6,2 milhões de euros para as Sociedades Desportivas.

Emprega mais de 3500 pessoas

A Liga e a Liga 2 empregam atualmente 3580 pessoas, um aumento de 4,2% face aos 3279 postos de trabalho existentes na época anterior. A Liga, com 18 clubes, emprega 2496 pessoas, 70% do total.

Das mais de três mil pessoas que encontram sustento no futebol profissional em Portugal, praticamente metade, 1524, são funcionários das áreas de suporte, gestão e administração. Os 1155 futebolistas representam 32% dos assalariados. Os treinadores, incluindo as respetivas equipas técnicas, são 267.

No conjunto, os salários ascenderam a 313 milhões de euros, dos quais 238 milhões de euros na Liga e 75 milhões na Liga 2.

Augusto Correia