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O maior êxodo na Europa depois da II Guerra

Estação de Przemysl, na Polónia, enche-se de refugiados ucranianos André Luís Alves / Global Imagens

Mais de dois milhões de ucranianos tentam sair do país desde que começou a ofensiva russa. Numa das sete fronteiras terrestres com a Polónia, em Shehyni a fila de carros, carrinhas e autocarros chega aos 26 quilómetros. Em média, cada veículo demora mais de uma semana só para chegar à fronteira. Nos últimos dias do percurso, dois quilómetros podem levar um dia inteiro.

Com a imposição da lei marcial, só as mulheres e crianças podem sair do país. As filas repetem-se nas onze fronteiras terrestres da Ucrânia com a Polónia, Hungria, Roménia, Eslováquia e Moldávia. Um êxodo que se estima ser o maior na Europa desde a II Guerra Mundial.

Quem não tem carro ou boleia, acaba por fazer o percurso a pé.

Defender casa a casa

Os homens ficam para defender o território. Muitos querem alistar-se no exército, mas a resposta é que já não são precisos mais voluntários.

Numa segunda linha de defesa formam se grupos de proteção do território, uma espécie de milícias, com a função de evitar a chegada do exército russo a cada aldeia, a cada vila. Mesmo nestes grupos organizados, o número de milicianos já é suficiente. Ainda assim, quem quer combater, pode fazê-lo por si mesmo.

A meio caminho entre a fronteira e a cidade de Lviv, "check points" de milicianos controlam um a um os carros que passam.

Os ucranianos podem perder a guerra, mas não será por falta de vontade, empenho e coragem.

Pedro Cruz, na Polónia