Justiça

Alegações finais do julgamento das mortes de Pedrógão voltam a ser adiadas

Arquivo Global Imagens

As alegações finais do Ministério Público, referentes ao julgamento das mortes provocadas pelos incêndios de Pedrógão Grande de 2017, que deveriam ter iniciado esta manhã, voltaram a ser adiadas. Desta vez, devido ao falecimento da mãe de um dos elementos do coletivo do Tribunal de Leiria.

A juíza presidente, Maria Clara Santos, justificou o adiamento da sessão para o dia 18 de maio com a morte da progenitora de António Centeno, que lhe foi comunicada "ontem à noite, pelo que não deu para avisar ninguém."

"Por lei, tem direito a uma licença de nojo", de cinco dias, pelo que a sessão foi adiada para 18 de maio, às 9.30 horas. "Temos um tribunal constituído por pessoas", observou.

Recorde-se que esta é a segunda vez que as alegações finais do Ministério Público são adiadas, já que inicialmente estavam marcadas para o dia 4 de maio. Na ocasião, o motivo deveu-se à infeção do mesmo magistrado com Covid-19.

11 arguidos

São arguidos neste processo Augusto Arnaut, comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, José Revés, funcionário da Ascendi, José Geria e Casimiro Pedro, trabalhadores da antiga EDP Distribuição (atual E-REDES).

O Ministério Público acusou ainda os funcionários da Ascendi Ugo Berardinelli e Rogério Mota, e o ex-presidente, o ex-vereador e a ex-responsável pelo Gabinete Florestal do Município de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, José Graça e Margarida Gonçalves.

O então presidente da Câmara de Castanheira de Pera, Fernando Lopes, e o presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu, também constam entre os arguidos.

Os 11 arguidos são acusados dos crimes de homicídio por negligência e ofensa à integridade física por negligência, alguns dos quais graves, na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande. O Ministério Público contabilizou 63 mortos e 44 feridos quiseram procedimento criminal.

Alexandra Barata