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Portugal e Finlândia convictos de adesão de Helsínquia à NATO

João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros, com o homólogo finlandês, Pekka Haavisto Vesa Moilanen / Lehtikuva / AFP

Os chefes da diplomacia da Finlândia e Portugal manifestaram esta sexta-feira em Helsínquia a convicção sobre a adesão do país nórdico e da vizinha Suécia à NATO, numa conferência de imprensa dominada pela ameaça pela Turquia de bloquear o processo.

"A NATO integra 30 Estados soberanos, que adotam individualmente as suas decisões. No entanto, na minha experiência de discussões na NATO, nunca houve dificuldades sobre a ideia de a Finlândia ou Suécia aderirem", indicou o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, em declarações conjuntas com o seu homólogo finlandês Pekka Haavisto, no final da sua visita oficial de um dia a Helsínquia.

"Estou confiante que será um processo que vai decorrer rapidamente e com naturalidade no futuro próximo", acrescentou Gomes Cravinho, após manifestar a esperança numa solução consensual nos processos de adesão, que incluem diversas fases.

"Do lado português, pensamos que através do diálogo com os aliados no seio da NATO, e com a Finlândia na perspetiva de se tornar um Estado-membro, será possível encontrar soluções. Apenas vi as manchetes, não posso comentar em substância, mas estou certo de que existe um espaço para que a Finlândia e Suécia se juntem à NATO" com as questões pendentes a poderem ser solucionadas "nos próximos dias".

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, manifestou hoje a sua hostilidade à adesão da Finlândia e Suécia à NATO, e que arrisca bloquear o conjunto do processo que requer a unicidade dos membros da Aliança Atlântica.

A Turquia, juntamente com a Grécia, foi integrada na NATO em 1952.

Nas duas declarações, e ao justificar o motivo sobre a recusa em fornecer um "parecer positivo", o líder turco referiu-se ao "erro da NATO em relação à Grécia no passado", contra a Turquia.

"Não pretendemos cometer um segundo erro", frisou, acusando Estocolmo e Helsínquia de "servirem de refúgio aos terroristas do PKK", o Partido dos Trabalhadores do Curdistão considerado uma "organização terrorista" pela Turquia, mas também pela União Europeia e Estados Unidos.

JN/Agências