Economia

Promoções e covid sobem custos com pessoal da Função Pública em 956 milhões

As despesas com pessoal das administrações públicas aumentaram, no ano passado, em 956 milhões de euros Arquivo Global Imagens

As despesas com pessoal das administrações públicas aumentaram, no ano passado, em 956 milhões de euros - um acréscimo de 4% - e deverão subir, em 2022, cerca de 779 milhões, sobretudo devido a promoções e progressões - e não tanto a aumentos salariais - segundo os relatórios da evolução orçamental em 2021 e da proposta de Orçamento de Estado para este ano do Conselho de Finanças Públicas (CFP).

De acordo com o relatório "Evolução Orçamental das Administrações Públicas em 2021", publicado esta quinta-feira pelo CFP, as despesas com pessoal totalizaram 24 882 milhões de euros, contra os 23 925 no exercício de 2020, tendo sido o sexto ano consecutivo em que registaram um aumento.

O relatório da "Análise à Proposta de Orçamento de Estado para 2022" acentua que, neste ano, as despesas com pessoal deverão atingir 25 782 milhões de euros.

Apesar do aumento, o peso específico daquelas despesas em relação à riqueza produzida no país foi ligeiramente inferior, representando 11,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 e 12% em 2020.

Ainda segundo o relatório do CFP, três quartos do acréscimo de despesas no ano passado são imputados a ordenados e salários, cifrado em 712 milhões de euros (+4%), um pouco inferior aos 728 milhões de aumento no ano anterior.

Embora em parte o acréscimo de despesas se deva à atualização da base remuneratória da Administração Pública, segundo o relatório, o documento acentua que se deve sobretudo a outros fatores, como os efeitos de promoções e progressões e da conclusão da mitigação de tempo de serviço congelado das carreiras especiais, incluindo professores, desde a intervenção da troika.

Um aumento de 3% no número de efetivos (em boa parte devido à regularização de vínculos precários) e pagamento do trabalho suplementar realizado por inúmeros profissionais do Serviço Nacional de Saúde, no combate à pandemia de covid-19. E, na área da Educação, em medidas de apoio à consolidação de aprendizagens são outras razões importantes.

O impacto orçamental das medidas covid-19 em 2021 traduziu-se numa despesa com pessoal de 597 milhões de euros, o que representou 0,3% do PIB.

Alfredo Maia