O treinador João Henriques analisou a problemática do tempo útil de jogo.
Entre os intervenientes do jogo (árbitros, jogadores e treinadores), há algum mais culpado do que os outros para o tempo útil ser baixo?
Acho que é repartido por todos. Todos têm responsabilidades e, em conjunto, podem alterar coisas. Os 90 minutos nunca serão jogados na totalidade porque há paragens que são naturais, mas se há uma lesão ou uma assistência longa a um jogador, esse tempo deve ser compensado. Se se tiver que acrescentar 10, 12, 15 minutos no fim, que se faça.
O que é que os treinadores podem fazer?
Sobretudo, continuarem a apostar num futebol positivo, para o espetáculo, que não convide os jogadores a pararem e a queimarem tempo, principalmente nas partes finais dos jogos. Podemos ser resultadistas na mesma, sem recorrer a essas coisas.
Há medidas e alterações às regras que lhe parecem mais importantes a implementar?
Não sou muito defensor de alterações de regras, há é pormenores que se podem melhorar, como ter bolas disponíveis em vários locais para haver reposições rápidas e não acontecerem situações em que faltam bolas e os apanha-bolas desaparecem......Não concordo com tempo cronometrado, ia mudar muita coisa. Acho que acima de tudo, é preciso mudar mentalidades. Já se viu que se todos estiverem empenhados é possível melhorar.
As paragens também são aproveitadas pelos treinadores para corrigir e fazer mudanças táticas e estratégicas. Com menos paragens, a influência dos treinadores nos jogos será menor?
Não sei. Mas acredito que isso é algo que também se pode conciliar. Temos visto isso agora com as paragens para hidratação, que os treinadores aproveitam. Acredito que era benéfico que, por exemplo, cada treinador tivesse direito a uma ou duas paragens técnicas por jogo.