Cultura

Teremos sempre a música dos Arcade Fire para escapar ao ruído

Arcade Fire durante a sua última passagem pelo Festival de Paredes de Coura, em 2018 Pedro Correia/Global Imagens

Ensombrada pelas acusações de assédio sexual ao seu vocalista, Win Butler, a digressão dos Arcade Fire passa, nesta quinta e sexta-feira, pelo Campo Pequeno, em Lisboa.

O disco novo e o regresso aos concertos não foram suficientes para que o ano esteja a correr de feição para os Arcade Fire.

Nos últimos tempos, a banda canadiana tem sido mais falada pelo que acontece fora dos palcos - nos bastidores, para sermos mais precisos - do que propriamente por feitos musicais.

As acusações de assédio que pendem sobre o vocalista Win Butler não são um episódio dignificante - a lista de queixosas é numerosa e inclui até a artista Leslie Feist, que abandonou a digressão a meio -, mas em relação ao qual os verdadeiros fãs preferem esperar que a justiça se pronuncie antes que sejam feitos julgamentos definitivos.

Apesar de o grupo ter decidido manter a atual digressão, ainda estão por apurar as reais consequências deste caso no meio, nomeadamente os convites para atuarem em festivais de grande dimensão. Uma resposta que só iremos apurar à medida que forem sendo divulgados os cartazes ao longo dos próximos meses.

A única boa notícia no meio desta tempestade é a de que, nos concertos que se seguiram à divulgação das primeiras denúncias de assédio, os fãs reagiram com um entusiasmo acrescido.

É neste clima de evidente tensão que os autores de "Funeral" cumprem, nesta quinta e sexta-feira, mais uma passagem por Portugal, país onde mantêm há muito uma sólida base de seguidores.

Pelo Campo Pequeno vão desfilar as canções que ajudaram a tornar os Arcade Fire um fenómeno cuja dimensão extravasou o território "indie" de onde vieram.

Os bilhetes ainda disponíveis custam entre 61 e 143.50 euros.

Sérgio Almeida