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Rússia diz que notícias sobre filas para saír do país são exageradas

Mais de 1300 detidos após protestos contra a mobilização parcial Alexander NEMENOV / AFP

O Kremlin considerou, esta quinta-feira, que as notícias sobre a existência de filas para sair do país após a entrada em vigor da mobilização parcial ordenada pelo presidente russo, Vladimir Putin, são exageradas.

"Os relatos de que há um certo burburinho nos aeroportos são muito exagerados", disse o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, durante uma conferência de imprensa, alertando para a existência de "muita informação falsa".

Dmitri Peskov respondia a uma pergunta sobre as notícias divulgadas em vários meios de comunicação sobre as filas de pessoas nos postos fronteiriços, tentando sair da Rússia, bem como a compra intensiva de passagens aéreas para destinos onde os russos não precisam de visto de entrada.

A mobilização parcial ordenada por Putin, na quarta-feira, para combater na Ucrânia, provocou uma onda de protestos nas principais cidades russas, que resultaram em mais de 1300 detidos.

O movimento pacifista Vesná (Primavera) convocou para sábado um novo protesto nacional contra a mobilização parcial.

"A mobilização já está a ocorrer ativamente em todo o país. Em breve, milhares dos nossos homens serão enviados para a frente de batalha. Podemos e devemos manifestar-nos contra isso!", disse o movimento na rede social Telegram.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

JN/Agências