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55 mil estrangeiros inscreveram-se para trabalhar em Portugal numa semana

Número de imigrantes a pagar contribuições para a Segurança Social passou de 110 mil, em 2015, para 530 mil, este ano Pedro Santos/ Lusa

Numa semana, 55 mil estrangeiros manifestaram interesse em vir trabalhar para Portugal numa nova plataforma do Instituto de Emprego e Formação Profissional, revelou esta sexta-feira a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

O novo visto de procura de trabalho criou um novo espaço no site do IEFP para cidadãos estrangeiros manifestarem o interesse em virem trabalhar para Portugal. A página foi disponibilizada há dias e, numa semana, "55 mil trabalhadores registaram a sua manifestação de interesses", revelou Ana Mendes Godinho.

O número, defendeu a ministra, "mostra bem o dinamismo e posicionamento de Portugal" no mercado de trabalho.

Na audição de orçamento e finanças do setor, Ana Mendes Godinho voltou a sublinhar que desde 2015 há mais 1,1 milhões de trabalhadores a descontar para a Segurança Social, sendo 400 mil estrangeiros. As contribuições de trabalhadores imigrantes, aliás, subiram de 110 mil, em 2015, para 530 mil, em 2022. Um aumentou "extraordinário" e "crítico para o futuro coletivo", classificou Ana Mendes Godinho.

Segundo a governante, o número de trabalhadores declarados à Segurança Social atingiu recordes este ano, com cerca de 4,9 milhões de pessoas.

Admitidos ajustes nas pensões

Na audição, Nuno Carvalho do PSD, interpelou a ministra sobre uma folga no Orçamento do Estado ou a possibilidade de ser aprovado um orçamento suplementar para atualizar pensões devido à subida da inflação.

O deputado social-democrata acusou a ministra de ser "negacionista" quanto à subida da inflação e à perda do poder de compra. A questão da atualização das pensões foi uma das mais colocadas pelos deputados, o que levou a ministra mais tarde a garantir que assim que sejam conhecidos os valores finais da inflação o Governo avaliará o impacto nas pensões, admitindo um possível ajuste.

"Se for necessário, em função dos valores finais que forem apurados da inflação, haverá uma correção do valor a atualizar em 2023 para garantir que não há perda do poder de compra e que há, exatamente, a capacidade de garantir que da soma do complemento pago em 2022 e da atualização feita em 2023 dê um resultado idêntico à aplicação da fórmula da atualização das pensões", assegurou Ana Mendes Godinho.

Alexandra Inácio