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Magnata das criptomoedas Bankman-Fried detido nas Bahamas

Samuel Bankman-Fried AFP

O magnata das criptomoedas Sam Bankman-Fried foi detido, nesta segunda-feira, nas Bahamas, a pedido dos EUA, de acordo com funcionários governamentais norte-americanos, que pretendem acusá-lo após o colapso da plataforma FTX, da qual era CEO e fundador.

"No início desta noite, as autoridades bahamianas prenderam Samuel Bankman-Fried a pedido do governo dos EUA, com base numa acusação apresentada pelo distrito sul de Nova Iorque", revelou o procurador-geral do distrito, no Twitter.

Numa declaração divulgada aos meios de comunicação social, o primeiro-ministro das Baamas, Philip Davis, disse que o país e os EUA "têm um interesse comum em responsabilizar todos os indivíduos associados ao FTX que possam ter traído a confiança do público e infringido a lei".

Bankman-Fried deverá testemunhar, hoje, por videoconferência, perante um comité da Câmara dos Representantes dos EUA.

A FTX abriu falência em 11 de novembro, e mais tarde, no mesmo mês, a nova direção da empresa apareceu pela primeira vez no tribunal de falências do estado norte-americano de Delaware para iniciar o processo de reestruturação.

Os advogados da nova direção e o atual chefe, John Ray, afirmaram que "uma quantia substancial" dos ativos da empresa pode ter sido roubada ou estar desaparecida.

A nova direção alegou também que a empresa tinha "ausência total de controlos corporativos" e falta de "informação financeira fiável".

A plataforma, que em tempos foi avaliada em 32 mil milhões de dólares (30 mil milhões de euros), pode ter mais de um milhão de credores em todo o mundo. Até ao momento, a empresa admitiu que deve mais de três mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros) aos 50 maiores credores.

No entanto, a Bankman-Fried atribuiu a falência à venda maciça de criptomoedas, no início deste ano. Para o fundador da empresa, a venda reduziu para metade a garantia da FTX de cerca de 30 mil milhões de dólares (28 mil milhões de euros).

Nessa altura, as vendas de criptomoedas continuaram, combinadas com uma crise de crédito e uma "corrida ao banco", antes de o FTX declarar falência, de acordo com Bankman-Fried.

JN/Agências