Os Estados Unidos decretaram sanções financeiras contra Vladimir Potanin, antigo vice-primeiro-ministro na era Boris Yeltsin e um dos homens mais ricos da Rússia, anunciou esta quinta-feira o Departamento do Tesouro norte-americano.
As medidas abrangem também dezenas de funcionários e empresas do Governo russo no setor financeiro, incluindo o Rosbank, que foi comprado por Potanin este ano.
O Rosbank "é uma instituição de crédito sistemicamente importante" para o Governo russo, disse o Departamento do Tesouro num comunicado citado pela agência francesa AFP.
Potanin, 61 anos, é um dos oligarcas mais poderosos e conhecidos da Rússia.
Grande amigo de Putin, foi considerado a segunda pessoa mais rica da Rússia em 2021, com uma fortuna avaliada em 27.000 milhões de dólares (25.393 milhões de euros, ao câmbio atual), de acordo com a revista Forbes.
Em abril, através do seu fundo de investimento Interros Capital, adquiriu a totalidade da participação da Société Générale no Rosbank, do qual era o acionista maioritário.
Seis semanas após o início da invasão da Ucrânia, ordenada por Putin em 24 de fevereiro, o banco francês cessou as suas atividades na Rússia.
A mulher e os filhos do oligarca também são visados, disse o Departamento de Estado numa declaração separada, acrescentando que o Reino Unido e o Canadá decretaram "sanções semelhantes" contra Potanin e a sua rede.
No total, "18 entidades relacionadas com o setor dos serviços financeiros da Federação Russa" foram acrescentadas à lista negra do Departamento do Tesouro, que emite sanções financeiras.
"Continuamos a reforçar o isolamento da Rússia dos mercados globais", disse o subsecretário para o Terrorismo e Inteligência Financeira norte-americano, Brian Nelson, citado na declaração do Departamento do Tesouro.
Os aliados ocidentais da Ucrânia, incluindo Estados Unidos, União Europeia (UE), Reino Unido, Japão e Austrália, têm decretado sucessivos pacotes de sanções contra Moscovo por ter desencadeado a guerra no país vizinho.
Além das sanções contra interesses russos, os aliados ocidentais de Kiev têm fornecido armamento à Ucrânia, o que lhe permitiu lançar uma contraofensiva e infligir reveses militares embaraçosos para Moscovo, face à disparidade de forças.
Em retaliação, a Rússia tem bombardeado as infraestruturas de energia da Ucrânia, um país que regista temperaturas muito baixas durante o inverno.
A ONU advertiu, na semana passada, que estes ataques russos ameaçam a capacidade de sobrevivência dos civis e podem originar uma nova onda de refugiados na Europa.