Os Anjos revelam ao JN o disco especial "Estrelas de Natal" e o projeto que vai durar até 2025. Há convidados de luxo, clássicos aportuguesados e digressão.
O álbum chama-se "Estrelas de Natal", está já nas lojas e plataformas de streaming (incluindo YouTube) e é, na verdade, a base de um projeto até 2025, revelou ao JN Nelson Rosado, vocalista, a par do irmão, Sérgio, do grupo Os Anjos.
"Este é o ano zero. O projeto é a quatro anos, com possibilidade de ainda crescer", diz o cantor. A base que se criou com este disco é suporte para o que será um grande espetáculo de Natal a acontecer anualmente a partir do próximo ano. "Em 2023, muito provavelmente estaremos a apresentar mais singles, outros clássicos e convidados, tudo para acrescentar ao reportório de um concerto que irá fazer estrada", adianta Nelson.
A partir de agora, nos próximos anos, há assim dois Anjos: o projeto dos irmãos e depois a versão de Natal. "Temos os Anjos e, chegando a outubro, é como se nos vestíssemos festivamente para a época, num tributo ao Natal", adianta o artista, lembrando que o apreço pela quadra é antigo. "Eu e o Sérgio sempre mostrámos que somos apaixonados pela época. Por tudo, somos um projeto de família, para famílias e estamos mais à flor da pele nesta altura".
"Anjos & Friends"
A génese do disco, adianta Sérgio Rosado, não é de agora. "Eu e o Nelson tínhamos a ideia há muitos anos. Era um projeto que estava idealizado, não nos moldes do convite da editora Universal, mas de o fazermos nós", explica. Veio o convite e, sendo o ponto de partida o tema "Nesta noite branca", chegou a pensar-se ser só um projeto de Os Anjos.
"Depois surgiu a ideia de ser um "Anjos & Friends", à semelhança do que se vê lá fora, todos os Natais, com o Michael Bublé, Frank Sinatra, Tony Bennet. E nós aqui temos talento, esbanjamos talento, não faltam convidados para fazer isto muitos anos", revela o cantor.
O disco reúne então clássicos reinventados e um novo tema - "Fado de Natal", escrito por Tiago Machado e interpretado pelos Anjos com Marco Rodrigues. Nas versões, a Sérgio e a Nelson juntam-se Diogo Piçarra ("White christmas", ou "Natal santo"), Calema ("Vai nevar"/"Let it snow"), Nininho Vaz Maia ("Noite feliz"), ou Fernando Daniel ("Hallelujah"). Elisa ajuda em "Natal mais uma vez", de Luísa Sobral, e colaboram ainda o Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras, o Saint Dominic's Gospel Choir e a Orquestra Sinfónica de Praga.
Artistas arriscaram
Com produção e convidados de luxo, o desafio foi escolher primeiro os temas e os amigos. "Foi uma excelente dor de cabeça", explica Sérgio". "Houve "brainstorming", sugestões, chegámos a consenso. Não foi fácil e isso é muito bom. A nível de clássicos, há uma lista extensa do imaginário português e estrangeiro. E quanto a artistas, damo-nos bem com toda a gente, mas queríamos que fossem alguns com quem já atuamos. Foi muito giro ver depois alguns cantores sair da sua zona de conforto, artistas tão carismáticos a dar cunho pessoal a músicas que todos conhecemos. No final, o disco enriquece muito por ter artistas tão diferentes", garante.
Desafiante foi também a adaptação de clássicos nunca vertidos para Português, ou de temas icónicos como "Hallelujah", de Leonard Cohen. "Todas as canções têm arranjos do zero, o produtor Tiago Machado fê-los de raiz", elogia Nelson.
No álbum e projeto não podia faltar "Nesta noite branca", o sucesso de Natal dos Anjos, desta feita com Soraia Ramos. A música, com mais de 20 anos, ainda marca a carreira do duo.
"Há pessoas que não têm noção do impacto que teve. Assim que saiu, fizemos uma reedição do disco "Ficarei" e vendeu milhares de exemplares. Nunca esperámos, embora sentíssemos que era uma música especial, que nos transportava para este imaginário", diz. Também ela surge agora renovada e mais natalícia do que nunca: "Depois de tantas versões, estamos apaixonados por esta", concluem os dois irmãos.