Nacional

PCP acusa Governo de trocar nomes sem resolver problemas do país

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo LUSA

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, criticou, esta sexta-feira, em Torres Vedras, o Governo por trocar ministros e secretários de Estado, mas sem conseguir resolver os problemas do país.

"Já se viu que se troca de A, B, C e D e a política mantém-se tal e qual e o Governo não dá resposta aos problemas, e o problema que o país enfrenta é de grande dimensão, e era nisso que nos devíamos concentrar todos", afirmou Paulo Raimundo. "Trocamos de ministros e secretários de Estado e não trocamos de política", enfatizou.

À margem de uma iniciativa de contacto com trabalhadores da fábrica Eugster Frismag, em Torres Vedras, no distrito de Lisboa, o secretário-geral do PCP defendeu, referindo-se à saída da secretária de Estado Carla Alves na quinta-feira 25 horas depois de tomar posse, que, "independentemente dessa demissão, desse problema e desses casos, todos os problemas da agricultura se mantêm".

Para o comunista, o que interessa é "resolver a vida das pessoas", por exemplo, com o aumento dos salários e melhores condições de trabalho.

Em relação à Frismag, Paulo Raimundo alertou que os trabalhadores pedem aumentos salariais para 2023, a que a empresa se recusa, e para o problema da precariedade laboral.

"Um conjunto significativo de trabalhadores trabalha todos os dias de manhã até ao final do dia, faz o mesmo que todos os outros trabalhadores fazem, faz falta todos os dias, mas não são trabalhadores efetivos da empresa e são contratados, subcontratados e temporários", explicou.

O trabalhador e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras e da Energia Duarte Fontes disse ter sido reivindicado um aumento de 90 euros no salário-base para a maioria dos trabalhadores, mas a empresa quer aumentar apenas 21 euros para 2023.

Segundo o dirigente, a empresa quer dar prémios anuais de 400 euros a chefias, mas os trabalhadores não aceitam e querem que o valor correspondente seja incluído nos aumentos salariais para a maioria dos trabalhadores.

A Frismag dispõe de 1400 trabalhadores, dos quais metade são contratados por uma empresa de trabalho temporário.

JN/Agências