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Pastelaria Ramos: Legado de quase um século mantém foco nos aveirenses

Parede de tijoleira e sólido mobiliário de pele e madeira são elementos originais que ajudam a manter a identidade Maria João Gala / Global Imagens

A pastelaria Ramos (também conhecida como confeitaria Avenida), que em 1929 se fixou nos números 86 e 88 da Avenida Lourenço Peixinho, um edifício Arte Nova na principal artéria de Aveiro, não abdica da autenticidade e da qualidade. Há pouco mais de uma década tem ao leme a família de João Pedro Carvalho.

No interior há imagens antigas de Aveiro, uma parede de tijoleira e sólido mobiliário de pele e madeira, elementos originais que ajudam a manter a identidade.

"Queremos conservar a parte arquitetónica, não temos interesse em tornar isto mais moderno porque ia perder-se-ia a autenticidade da casa", explica João Pedro.

O segredo do sucesso, desvenda o proprietário, é o "esforço coletivo e a dedicação", assim como o "investimento na qualidade" dos produtos confecionados e do atendimento.

A pastelaria emprega 15 pessoas, sendo que "o funcionário mais antigo, o senhor Augusto, está há 43 anos", mais do que os 37 de vida que tem João Pedro. Florinda, outra funcionária, também está ali há "cerca de 40 anos".

Esta "é uma casa de gerações, que apanha desde avós a netos" Apesar de ser procurada por turistas, faz questão de se direcionar "aos aveirenses e a quem vem de outras zonas do país". Os clientes, que tanto podem ser anónimos como figuras da vida pública local e nacional, são sobretudo "amigos e fazem parte da família Ramos".

Tudo o que está na montra é fabricado ali, de forma tradicional, com ingredientes de qualidade e a partir de receitas que eram da casa. O atual pasteleiro chefe, por exemplo, é filho do anterior, que ali trabalhou 35 anos.

Um dos doces que merece destaque é o cartucho, criado há cerca de 50 anos na Ramos e, entretanto, patenteado. Mas os ovos-moles (são dos produtores mais antigos da região), fatias douradas, Glórias, croissants e bolachinhas húngaras são igualmente procurados.

Zulay Costa