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Morte de afro-americano espancado pela polícia leva Biden a pedir calma

Vigília em memória de Tyre Nichols, que morreu após ser espancado pela polícia Scott Olson/Getty Images/AFP

A morte de um afro-americano após ser detido pela polícia, cujo vídeo deverá ser divulgado esta sexta-feira, levou o presidente Joe Biden a pedir calma e exigir uma investigação rápida do caso.

Cinco polícias, todos afro-americanos, foram detidos e acusados na quinta-feira de vários crimes, incluindo homicídio, agressão e sequestro, relacionados à detenção e posterior morte, no início de janeiro, do afro-americano Tyre Nichols, de 29 anos.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu em comunicado uma "investigação rápida, completa e transparente" sobre o caso.

O vídeo da detenção será divulgado esta sexta-feira, por volta das 18 horas locais (cerca da meia noite em Portugal continental).

"Espero que fiquem indignados" ao ver essas imagens, afirmou a chefe da polícia de Memphis, Cerelyn Davis, na quarta-feira.

Considerando provável a realização de manifestações, a chefe da polícia de Memphis apelou às pessoas que não incitem "à violência ou à destruição".

No seu comunicado à imprensa, Joe Biden disse que se juntou à família de Tyre Nichols para pedir que as manifestações sejam pacíficas, porque "a raiva é compreensível, mas a violência nunca é aceitável".

Os polícias em causa são "responsáveis diretos pela violência física cometida contra Nichols", sublinhou Cerelyn Davis na quarta-feira, considerando que se tratou "não apenas de um erro profissional, mas de uma falta de humanidade", um ato "hediondo, irresponsável e desumano".

Em 7 de janeiro, a polícia pretendia deter Tyre Nichols devido a uma infração de trânsito. Com a aproximação dos polícias, "ocorreu um confronto" e "o suspeito fugiu", segundo a polícia.

Quando foi detido, Nicols queixou-se que não conseguia respirar, foi levado para o hospital e morreu três dias depois. Os detalhes da detenção ainda não estão claros: o vídeo até agora só foi exibido para os familiares e os seus advogados.

"A polícia espancou-o a ponto de deixá-lo irreconhecível. É uma tareia pura e simples, sem interrupção, neste jovem, por três minutos", disse o advogado dos familiares da vítima, Antonio Romanucci.

O episódio foi inadmissível e criminoso e "não deveria ter acontecido", declarou David Rausch, diretor do departamento de investigação do Tennessee, sublinhando que ficou "chocado e enojado" com o que viu.

Os cinco polícias acusados foram demitidos na semana passada. A investigação interna da polícia concluiu que os agentes usaram força excessiva. Outros agentes ainda estão sob investigação.

JN/Agências