Justiça

Cresce o número de embrulhos com droga arremessados para as cadeias

Arremessos para dentro da cadeia de Custóias têm sido frequentes José Carmo / Global Imagens

Não param de "chover" embrulhos com droga no interior das cadeias. Um dos últimos casos aconteceu na prisão de Custóias, Matosinhos, com um pacote que escondia heroína e haxixe atirado, em pleno dia, para a zona da horta.

A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) admite que, "no âmbito do trabalho quotidiano de controlo e combate à entrada e circulação de produtos e bens ilícitos em contexto prisional, têm sido detetados arremessos de embrulhos, a partir do exterior, para o interior do Estabelecimento Prisional do Porto", conhecido por cadeia de Custóias.

A DGRSP confirma ainda que, na última segunda-feira, "foi detetado o arremesso de um embrulho que continha produto presumivelmente estupefaciente e que, como decorre da lei, foi remetido à Polícia Judiciária". O JN apurou que o pacote escondia mais de 200 gramas de haxixe e 45 de heroína e foi arremessado para uma zona onde é cultivada uma horta. Em pleno dia.

O intuito era que o embrulho fosse apanhado por um recluso que, depois, o faria chegar a outro preso, responsável por traficar a droga atrás das grades. Todavia, antes que isso acontecesse, o pacote foi descoberto por um guarda prisional, que o recolheu e denunciou a situação.

Arremessos todas as semanas

Fonte da Guarda Prisional assegura que todas as semanas há embrulhos a serem atirados para o interior das cadeias. Um fenómeno que, diz, está a crescer e a sofrer mutações, pois se antes havia muitos telemóveis escondidos, agora encontra-se, sobretudo, droga.

O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Carlos Sousa, confirma a tendência e explica: "é sinal que a entrada de droga pelas portarias das cadeias está mais difícil devido à ação fiscalizadora dos guardas".

A DGRSP já contabilizou o número de telemóveis e a quantidade de droga apreendida no interior das cadeias, no ano passado. No entanto, não partilha os dados, porque estes foram "remetidos para efeitos publicação no Relatório de Segurança Interno de 2022" e "a sua partilha pública deverá aguardar a publicação e divulgação deste relatório".