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Música com a voz de The Weeknd e Drake criada com Inteligência Artificial causa polémica

A produtora de The Weeknd, Universal Music Group, pediu que a música fosse retirada das plataformas de vídeo e música Julie Sebadelha / AFP

Um utilizador anónimo do TikTok publicou, no mês de abril, uma música criada através de Inteligência Artificial, com as vozes dos artistas The Weeknd e Drake. O áudio foi tocado mais de 10 milhões de vezes, e irritou a produtora de The Weeknd.

Identificado como "Ghostwriter" ( "Escritor fantasma", em tradução literal), o utilizador criou a sua própria letra para a música, na qual insinuou que teria havido uma traição no antigo relacionamento entre The Weeknd e Selena Gomez.

A melodia que fez sucesso nas redes sociais chamou à atenção da produtora Universal Music Group, empresa que representa o artista canadiano Abel Tesfaye, mais conhecido pelo seu nome artístico, The Weeknd.

A empresa fez um pedido para que a "Heart on my sleeve", nome dado à música, fosse retirada de todas as plataformas de vídeo e música, como é o caso do TikTok, Spotify e Apple Music.

Luiz Fernando Plastino, especialista em propriedade intelectual, afirmou ao jornal brasileiro "Globo" que "todo o uso que se faz de uma obra precisa ser autorizado. É o chamado direito patrimonial do autor, o direito de um autor - ou do representante do autor, no caso, a produtora - de controlar a utilização das obras dele".

Tem sido recorrente, em várias plataformas digitais, utilizar a voz de algum artista reconhecido a nível mundial para cantar outras músicas ou citar textos. Porém, nestes casos, as dúvidas recaem sobre para quem vão os direitos de autor.

De acordo com o jornal, "alguns países, incluindo o Brasil, atribuem direitos de autor apenas para obras que envolvem um esforço de criatividade. Um esforço humano".

No entanto, existem outros países, como é o caso da China, que adotaram outros métodos. Nestas regiões, já é dado o reconhecimento à pessoa que criou a música, mesmo que tenha sido utilizada outra voz que não a dela.

Beatriz Mota