Cultura

Slipknot: “Podem esperar uma apresentação memorável e caótica”

Slipknot tocam dia 29 de junho Foto: Direitos Reservados

Banda de culto do metal atua no domingo no Evil Live 2025. O JN falou com o novo baterista, o brasileiro Eloy Casagrande.

É um ano de renovação para o Evil Live, festival que trouxe, nas duas primeiras edições, alguns dos nomes mais relevantes do metal ao nosso país – e que se estreia este ano ao ar livre e num espaço alargado, no Estádio do Restelo, em Lisboa. Dias 27, 28 e 29 de junho, são 17 os coletivos, representativos das muitas sonoridades que vivem no metal, a passar pelo Evil: entre Ramp, Judas Priest, Korn e, na cimeira, o regresso dos Slipknot, uma das bandas mais importantes do género, com mais de três décadas de carreira.

Liderado pelo vocalista Corey Taylor, o grupo acolheu no ano passado um novo baterista, o brasileiro Eloy Casagrande, ex-Sepultura. A entrada daquele que é considerado um dos melhores bateristas de metal da atualidade revigorou o grupo, levando o guitarrista Jim Root a afirmar como sentiam, por causa dele, a necessidade de fazer nova música.A dias da atuação no Evil Live, o JN falou com o brasileiro: “Ouvir as declarações do Jim foi incrível. Eu acredito que qualquer músico, quando entra numa banda, a maior vontade é trabalhar juntos, fazer novas músicas, criar. Esse é o grande motivo do músico, fazer coisas novas, estar sempre em transformação. Então, tenho sorte de eles quererem fazer músicas novas comigo e estou muito ansioso”, afirma o baterista.

“Cinco dias de ensaios”

Para Eloy, recrutado após um teste proposto pelo empresário do grupo, tem sido um “enorme prazer” tocar com os Slipknot: “Tem sido uma grande honra, fazer parte da história desta banda”, realça. Assumindo já as primeiras trocas musicais de novos temas, quisemos saber em que direção musical irá o novo disco. “É difícil dizer, porque a ideia é criar bastante material, ter 30, 40 faixas, e depois escolher aquelas que nos agradam mais. Estamos a ir em várias direções”, refere.Eloy lembra como a ligação com o grupo começou numa espécie de bootcamp na Florida, 10 dias juntos. “Foram cinco dias de ensaios seguidos, para ver se eu aguentava uma rotina de cinco concertos seguidos; e cinco dias de composição, para explorar a química, a criatividade. Depois, voltei para o Brasil, e eles levaram mais uma semana para me dar a resposta, porque tiveram de conversar entre todos: então foi uma decisão conjunta e uma grande felicidade”.

Dinâmica a nove

Encontrar a dinâmica num grupo de nove elementos não é fácil ou imediato, mas correu bem: “a banda é um lugar muito democrático, que quer o bem de todos, que todos participem, tragam as suas ideias”. Mais complicada, a parte técnica, ainda para mais atuando com um figurino, que inclui roupa pesada e a marcante máscara. “Foi difícil, porque nunca tinha tocado com uma máscara, e para um baterista complica. Mas tem sido tranquilo, as condições da banda, das viagens… eu toco desde os 14 anos e já passei por lugares e condições muito más, e aqui não há nada disso”.Eloy, que começou a tocar cedo – “os meus pais dizem que, com 7 anos de idade, passei em frente a uma loja de instrumentos e fiquei vidrado, olhei para a bateria disse ‘quero tocar’” –, garante que o concerto em Portugal vai ser explosivo, até porque é o último da tour.

E agradece o apoio dos fãs: “Tem sido muito bonito, desde o começo que tenho recebido muitas mensagens de portugueses, claro, pela proximidade da língua, então escreviam-me, a dar os parabéns, a pedir para irmos Portugal, e eu dizia, ‘não é uma decisão minha’ (risos). Mas recebi muitas mensagens e apoio dos portugueses desde o começo, sou muito grato” frisa, lembrando como há dois anos passou dez dias no nosso país, com a mulher, a conhecer a fundo, e adorou: “amámos, é um país que a gente ama, as pessoas, a culinária, e não vejo a hora de voltar. E é o último show da tour, então é sempre o mais proveitoso, não é preciso guardar a energia para o dia seguinte, nem a voz, nem o braço. Os portugueses podem esperar uma apresentação memorável e caótica”. 

Dia 27

RAMP (16h)

Triptykon (19.30h)

Judas Priest (21.35h)

Dia 28

Bizarra Locomotiva (15.50h)

Eagles of Death Metal (17.30h)

Korn (22.15h)

Dia 29

Gaerea (16.40h)

Jinjer (18.45h)

Slipknot (22.15h)

Patrícia Naves