Justiça

Dinamarqueses e inglês apanhados a caminho de Portugal com 1,6 toneladas de cocaína

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Um veleiro com mais de 1600 quilos de cocaína foi apreendido, na semana passada, pela PJ, a cerca de 400 milhas náuticas da Ilha das Flores, nos Açores. A droga seria descarregada em Portugal para ser depois distribuída vários países europeus. Dois tripulantes dinamarqueses e um inglês já estão em prisão preventiva.

Os três tripulantes eram velhos conhecidos das autoridades portugueses, mas também das polícias dos seus países de origem. Conotados com o tráfico de droga, há muito que viviam entre o Sul de Portugal e de Espanha, regiões onde a organização criminosa a que pertenciam estava sediada.

Por esse motivo, quando há meses zarparam da costa portuguesa, num veleiro com bandeira da Dinamarca e 11 metros de comprimento, a PJ ficou atenta. As diligências que se seguiram, e que envolveram o Centro de Análise e Operações Marítimas-Narcóticos, organismo que promove a cooperação internacional com sede em Lisboa, permitiram descobrir que a embarcação navegou até às Caraíbas e aí foi carregada com dezenas de fardos de cocaína. A droga foi transportada até ao veleiro em lanchas rápidas que, rapidamente, voltavam a terra sem serem detetadas pela Polícia local.

Das Caraíbas, o veleiro iniciou a viagem, que demoraria cerca de 30 dias, com destino a Portugal, onde a droga seria descarregada e levada, na maioria, para Espanha. Outra parte destinava-se à Dinamarca, país onde a cocaína é vendida a preço mais elevado do que a média de 50 euros por grama que se cobra na Península Ibérica.

Porém, quando a embarcação navegava a 400 milhas (mais de 740 quilómetros) da Ilha das Flores, foi localizada por um avião da Força Aérea. Em terra, a PJ recebeu as coordenadas e acionou a Marinha, que acionou 50 militares para uma operação de abordagem ao veleiro e detenção dos três tripulantes, de idades entre 43 e 51 anos.

Líder detido em Espanha

Traficantes, veleiro e droga (esta foi transferida para um navio da Marinha, devido às fracas condições de segurança e navegabilidade) foram levados para Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, onde os suspeitos foram postos em prisão preventiva após interrogatório judicial.

Na mesma altura, a Polícia Nacional espanhola detinha o líder da organização criminosa. Também dinamarquês, vivia na Costa do Sol, a partir de onde negociava a compra de toneladas de cocaína com os cartéis sul-americanos.

Roberto Bessa Moreira