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Do acne à liberdade de expressão: o que está em jogo no caso Anjos contra Joana Marques

Julgamento opõe os músicos Sérgio e Nélson Rosado à humorista Joana Marques Fotos: Filipa Bernardo e Nuno Pinto Fernandes / Arquivo

Os músicos Sérgio e Nélson Rosado, conhecidos como os Anjos, estão a processar a humorista Joana Marques por danos patrimoniais no valor de 1 milhão e 118 mil euros. O motivo? Um vídeo satírico partilhado nas redes sociais. Mas afinal, têm razão? E até onde vai a liberdade de expressão?

O que está em causa?

Em abril de 2022, Joana Marques publicou no Instagram um vídeo humorístico baseado numa atuação dos Anjos a cantar o hino nacional. Segundo os artistas, o vídeo foi “cortado” e manipulado de forma a criar um efeito de ridicularização — o que teria gerado uma onda de críticas, “ciberbullying” e cancelamentos.

Por que razão os Anjos pedem uma indemnização?

A dupla musical afirma que o vídeo causou:

A base legal do pedido: o que têm de provar

Apesar de inédito pelo valor, o pedido segue regras comuns do direito civil. Para que o tribunal lhes dê razão, os Anjos terão de provar:

  1. Que sofreram danos concretos e quantificáveis;
  2. Que houve um comportamento ilícito ou abusivo da parte de Joana Marques;
  3. Que há um nexo direto entre o vídeo e os prejuízos alegados.

Liberdade de expressão: um direito, mas com limites?

Joana Marques, enquanto humorista, pode invocar a liberdade de criação artística e de expressão, que está protegida pela Constituição da República Portuguesa.

Assim, o tribunal terá de avaliar o equilíbrio entre a liberdade de expressão de Joana Marques e a alegação de danos patrimoniais e morais feita pela dupla Anjos.

O que já foi dito em tribunal (e por quem):

Nélson Rosado

Sérgio Rosado

Manuel Rosado (pai e representante da empresa Angel Minds)

Joana Marques

Juíza

Em resumo:

Sara Oliveira