Braga

Pai de jovem autista termina greve de fome após garantias da Segurança Social

Pai foi acompanhado por outros manifestantes em defesa de respostas inclusivas para jovens com necessidades especiais. Foto: Ricardo Reis Costa

O pai de um jovem com autismo, natural de Barcelos, que esta quinta-feira iniciou uma greve de fome junto ao Centro Distrital da Segurança Social de Braga, decidiu terminar o protesto ao início da noite, depois de ter recebido garantias de que haverá novas respostas inclusivas.

Jorge Castro disse ao JN que, ainda na quinta-feira, foi contactado diretamente pelo presidente do Instituto da Segurança Social, que lhe deu “garantias verbais e por escrito” de que serão desbloqueadas novas respostas, nomeadamente no concelho de Esposende, em Apúlia, onde haverá “a curto prazo” 60 novas vagas.

“Estamos a falar do avanço de dois CACI [Centro de Atividades para a Capacitação e Inclusão] em Apúlia, cada um deles com 30 vagas, que estavam bloqueados alegadamente por causa da Segurança Social. Além disso, poderá também avançar a reabilitação de outro, nas Marinhas, com oito vagas”, explicou Jorge Castro.

Após receber essas garantias, o enfermeiro decidiu interromper o protesto, iniciado às 9 horas de quinta-feira, um momento em que cerca de três dezenas de outras pessoas também se manifestaram contra a falta de respostas para jovens com necessidades específicas.

Aumento de vagas

Num esclarecimento, entretanto enviado à Lusa, o Instituto da Segurança Social confirma que o nível de respostas sociais para jovens com autismo vai aumentar “significativamente” em Esposende, com uma nova estrutura que estará implementada “muito em breve” em Apúlia.

O instituto acrescenta que foram abertas candidaturas para apoios do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ao investimento CACI, que poderão apoiar iniciativas de remodelação e melhoria das estruturas e dos meios existentes. “Em suma, para além do aumento de vagas, estamos empenhados na requalificação e remodelação das estruturas existentes“, salienta o organismo.

Frequência escolar

No protesto realizado esta quinta-feira em Braga, os pais alertaram que muitos jovens estão em vias de ultrapassar a idade limite da escolaridade obrigatória e que, como tal, correm o risco de terem de abandonar a escola, no caso a Secundária Henrique Medina, em Esposende, que tem sido a única resposta que têm conseguido.

O Instituto da Segurança Social garante que a escola “poderá continuar a permitir a frequência” daqueles alunos durante o ano letivo de 2025/26. “Contudo, sendo essa uma solução provisória, o instituto está a trabalhar com a Tutela numa solução estrutural que acolha quem necessita de apoio”, garante a Segurança Social.

Redação