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Sondagem: Maioria apoia prisão perpétua. Mas há divisão na castração química

As diferença de género são praticamente inexistentes, mas, no que diz respeito às faixas etárias, são os mais jovens os maiores defensores da prisão perpétua (63%) Foto: Arquivo

Os crimes especialmente graves deveriam ser penalizados com prisão perpétua, de acordo com 55% dos portugueses (40% estão contra), e segundo uma sondagem da Pitagórica para o JN e a TSF. No que diz respeito à castração química de agressores sexuais, reina a divisão: 48% concordam, 45% discordam.

Quando se pergunta aos portugueses se Luís Montenegro deve responder ao repto do Chega e da Iniciativa Liberal para iniciar um processo de revisão constitucional, a maioria está contra (51%). Mas, no caso de existir, há uma maioria (55%) que defende uma das medidas mais controversas do cardápio de André Ventura: a prisão perpétua para crimes especialmente graves.

Sintonia entre Chega e AD

Quando se analisam os resultados nos segmentos de voto partidário, percebe-se que essa maioria a favor da prisão perpétua se constrói sobretudo à custa do eleitorado do Chega (74% a favor) e da AD (61%). Nos restantes, a norma é a oposição a essa medida: 67% contra no caso dos eleitores do Livre, 57% entre os que votaram no PS, e 55% entre os liberais.

As diferença de género são praticamente inexistentes, mas, no que diz respeito às faixas etárias, são os mais jovens os maiores defensores da prisão perpétua (63%). O apoio vai caindo à medida que os portugueses envelhecem e, entre os mais velhos (55 ou mais anos), a diferença entre os que concordam e os que discordam é de apenas um ponto percentual: 49% a favor, 48% contra.

Mulheres a favor da castração

Já no que diz respeito à possibilidade de inscrever na Constituição o castigo da castração química para agressores sexuais reincidentes, a divisão é a norma, ainda que com um ligeiro ascendente dos que concordam com essa proposta (48%), relativamente aos que discordam (45%).

Nesta matéria há um relativo “divórcio” entre géneros: as mulheres tendem a favorecer a castração química (50% a favor, 42% contra), enquanto os homens tendem a recusar (49% contra, 42% a favor). No que diz respeito às faixas etárias, é entre os mais jovens que se encontra um apoio mais forte contra esta medida radical de justiça penal: 51% concordam, 42% discordam.

A exemplo da prisão perpétua, a ligeira preponderância dos que defendem a castração química para agressores sexuais faz-se à custa, em particular, dos eleitores do Chega (74% concordam com essa eventual alteração constitucional), mas também dos que votaram na AD: 48% a favor, 46% contra. Entre os restantes três maiores partidos, a rejeição é clara: 63% no Livre, 60% no PS e 53% na Iniciativa Liberal.

Rafael Barbosa