A ONU saudou a troca de prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia, iniciada esta sexta-feira, após o acordo firmado na semana passada entre os dois países que irá envolver um total de duas mil pessoas.
"Esperamos que a troca de prisioneiros de guerra prossiga e faça parte de um esforço mais amplo para acalmar a situação", afirmou o porta-voz adjunto da Secretaria-Geral da ONU, Farhan Haq, na sua conferência de imprensa diária, quando questionado sobre o assunto.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a Ucrânia recuperou 390 pessoas que estavam na Rússia como prisioneiras de guerra, na primeira etapa de um acordo que prevê a troca de mil presos de cada lado.
“A primeira fase do acordo de troca de mil pessoas por outras mil foi concluída”, anunciou nas redes sociais, acrescentando esperar que “a troca continue [a realizar-se] no sábado e no domingo”.
As autoridades russas avançaram, pouco antes, terem sido trocados 270 militares e 120 civis na sequência de um acordo, realizado em Istambul, Turquia, na semana passada.
Segundo o Ministério da Defesa de Moscovo, os russos libertados pela Ucrânia já se encontram na Bielorrússia, a receber os cuidados médicos e psicológicos iniciais.
A Presidência russa (Kremlin) adiantou que esta “troca em grande escala” vai continuar “nos próximos dias”, embora nenhum dos lados tenha definido um prazo para a concretização das transferências de prisioneiros.
Rússia vai enviar condições para acordo com Kiev
"Assim que a troca de prisioneiros de guerra estiver concluída, estaremos prontos para transmitir ao lado ucraniano o esboço do documento que o lado russo está a ultimar", disse o ministro russo Serguei Lavrov, num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Segundo Lavrov, o texto “estabelece as condições para um acordo sustentável, abrangente e de longo prazo para a solução" do conflito na Ucrânia.
Espera-se que Kiev também prepare o seu documento, no seguimento das negociações diretas entre russos e ucranianos há uma semana em Istambul, Turquia, as primeiras desde o início do conflito, em fevereiro de 2022.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).