Justiça

Dono de discoteca na Póvoa de Varzim perde 25 mil euros do tráfico de droga

Tribunal de Matosinhos deu como provado que empresário distribuiu gratuitamente cocaína aos clientes VIP Foto: Igor Martins / Arquivo

Dos mais de 73 mil euros declarados perdidos a favor do Estado num processo de tráfico de droga com 23 arguidos e que conheceu sentença há uma semana, no Tribunal de Matosinhos, cerca de 25 mil foram apreendidos a Paulo F., sócio de uma conhecida discoteca da Póvoa de Varzim.

O Tribunal de Matosinhos não considerou "minimamente credível" que aquela quantia monetária apreendida pela PSP numa busca à casa do arguido, condenado a uma pena de quatro anos de prisão, suspensa, resultassem da sua atividade lícita de empresário.

"Se assim fosse, depositava-o [o dinheiro] numa instituição bancária, ao invés de o guardar em casa. Não sendo gerente dessa sociedade, apesar de ser sócio, não merece o menor acolhimento que seja o responsável por guardar tal quantia", argumentou o coletivo composto pelas juízas Isilda Namora, Anabela Fontes e Telma Ribeiro, entendendo tratar-se de proventos do tráfico.

Apesar de não ter prestado declarações em sede de audiência de discussão e julgamento, o Tribunal de Matosinhos ficou convicto de que Paulo F. participava na venda de produtos estupefacientes, atendendo às imensas escutas telefónicas e vigilâncias policiais efetuadas de que foi alvo.

Para o coletivo, Paulo F. era próximo de Hélder M., líder de uma rede de tráfico condenado a seis anos e dez meses, e um “grande fomentador” do consumo de droga. Em julho de 2022, lê-se na sentença, distribuiu gratuitamente dez gramas de cocaína a clientes VIP da discoteca na Póvoa e também diligenciou pela entrada de coca num evento musical em Santa Maria da Feira.

O restante valor declarado perdido a favor do Estado - mais de 48 mil euros - que consta no processo pertencia a outros 11 arguidos, igualmente condenados no mesmo processo.

As condenações são ainda passíveis de recurso.

César Castro